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Conflitos entre budistas e muçulmanos matam mais de 100

Ao menos 112 pessoas morreram em confrontos registrados nesta semana

Por Da Redação
26 out 2012, 09h51

Ao menos cento e doze pessoas morreram em confrontos registrados nesta semana entre budistas e uma minoria muçulmana do oeste de Mianmar. Após várias semanas de aparente tranquilidade no estado de Rakhine, o conflito entre budistas da etnia rakhine e rohingyas, uma minoria muçulmana considerada pela ONU uma das mais perseguidas no mundo, voltaram a explodir nos últimos dias diante da inquietação crescente da comunidade internacional, que teme pelo processo de reformas no país.

“Até esta manhã de sexta-feira, morreram 51 homens e 61 mulheres”, afirmou Win Myaing, porta-voz do governo do estado de Rakhine, segundo a qual as duas comunidades registraram vítimas. O funcionário informou que mais de 70 pessoas ficaram feridas e cerca de 2.000 casas foram incendiadas.

Pelo menos 75.000 pessoas, em sua grande maioria rohingyas, foram deslocadas na primeira onda de combates. Nos últimos dias, milhares chegaram a pé ou de barco aos acampamentos nos arredores de Sittwe, capital do estado de Rakhine. Os acampamentos estão abarrotados e faltam alimentos, assim como cuidados médicos para os deslocados.

Governo – A crise já é problemática para o presidente Thein Sein, que multiplicou as reformas desde que chegou ao poder, em março de 2011. O ex-general lançou negociações com as rebeliões étnicas, algumas das quais estão em conflito com o poder de Naypyidaw desde a independência, em 1948.

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Contudo, os combates no estado de Rakhine são de outra natureza. Em um dos estados mais pobres do país, há décadas as duas comunidades se opõem. Desde junho, quando os confrontos tiveram início, mais de 200 pessoas morreram, segundo os números oficiais, que muitas organizações estimam ser menor que a realidade.

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Os 800.000 rohingyas vivem confinados no estado de Rakhine e não formam parte de grupos étnicos reconhecidos pelo regime de Naypyidaw, nem por muitos birmaneses, que os consideram, na maioria das vezes, como imigrantes de Bangladesh ilegais e não escondem sua hostilidade em relação a esta parcela da população.

Diplomacia – Enquanto isso, a comunidade internacional se inquieta por esses muçulmanos, que falam um dialeto similar ao utilizado no vizinho Bangladesh. “Os ataques de grupos de autodefesa, as ameaças dirigidas e a retórica extremista devem ser detidos”, afirmou um porta-voz do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em declarações transmitidas a Yangun. “Se isso não for feito, a estrutura social pode se danificar de forma irreparável e o processo de reforma e abertura realizado atualmente pelo governo pode ficar em perigo”, acrescentou.

Nesta sexta-feira, o jornal oficial em inglês New Light of Myanmar publicou na capa um comunicado de Thein Sein no qual prometia voltar a instaurar a tranquilidade. “A comunidade internacional observa o progresso em andamento em Mianmar com interesse”, afirmou. “Indivíduos e organizações tentam manipular serão tomadas medidas legais contra eles”, acrescentou.

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(Com agência France-Presse)

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