Buenos Aires, 11 mai (EFE).- O ex-policial Juan Wolk, de 77 anos, condenado à prisão perpétua por crimes cometidos durante a ditadura militar argentina, fugiu antes de ser escoltado de sua casa – onde cumpria pena domiciliar – para uma prisão comum, informaram nesta sexta-feira fontes judiciais.
A fuga de Wolk foi descoberta no domingo, quando a polícia encontrou sua casa vazia, situada nos arredores da cidade de Mar del Plata.
Ex-delegado de polícia, Wolk – apelidado de ‘O Nazista’ e ‘Alemão’ – foi chefe da prisão clandestina conhecida como ‘Pozo de Banfield’, de onde desapareceram centenas de pessoas durante a ditadura (1976-1983), entre eles dez adolescentes sequestrados quando pediam gratuidade do passe de ônibus para estudantes de ensino médio.
A prática de tortura e o assassinato desses adolescentes, relatada pelo único sobrevivente da chamada ‘Noite dos Lápis’, foram crimes pelos quais o ex-delegado foi condenado à prisão perpétua, pena que pediu para cumprir em casa por sua condição de maior de 75 anos.
Wolk foi condenado após um julgamento realizado em 2007, depois de parentes de uma de suas vítimas terem descoberto que ela fora considerada oficialmente morta por meio de um ata de falecimento falsa.
O juiz Arnaldo Corazza tinha determinado a transferência de Wolk a uma prisão comum após um tribunal supremo anular o benefício de prisão domiciliar, tal como reivindicavam organismos humanitários. EFE
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