Nas rádios, o reggaeton foi substituído por música clássica
Por Reportagem de Veja, de Havana
Atualizado em 28 nov 2016, 11h02 - Publicado em 28 nov 2016, 09h48
Os cubanos terão, ao todo, nove dias de luto pela morte do ditador Fidel Castro. Mas, como tudo na ilha, o governo impôs as medidas sobre como fazê-lo e a população está obrigada a acatá-las. Está proibido ouvir música em volume alto. Os bares e restaurantes foram obrigados a cancelar apresentações de música ao vivo e até um concerto de Plácido Domingo foi cancelado.
Nas ruas, a proibição sonora é sustentada de duas formas. A primeira é com a polícia. No antes elegante e hoje decrépito bairro de Vedado, um policial chegou a obrigar um garoto a tirar os fones de ouvido. A segunda forma é por meio dos Comitês de Defesa da Revolução (CDRs), que se encarregam de espionar, dedar e punir os vizinhos.
Os membros dos CDRs foram avisados de que devem tocar na casa de qualquer um ouvindo som alto e pedir para desligarem o barulho. Os CDRs também estão nas ruas para impedir que pessoas andem com bebida alcoólica na mão. Só se pode beber cerveja ou vinho dentro de casa (e em silêncio).
Os locais para turistas cancelaram os shows de música, mas seria impossível proibi-los de beber. Nenhum deles parece se contentar com um único mojito — algo que é aceito pelos cubanos. Nos prédios públicos, as bandeiras de Cuba estão hasteadas a meio-pau.
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Cuba só tem cinco canais de televisão. Desde a morte de Fidel, todos transmitem a mesma programação em rede nacional. Todos os programas culturais e novelas (eles adoram as brasileiras) foram suspensos. A programação televisiva no domingo, 27, era uma repetição da de sábado e se constituía em uma quase eterna mesa-redonda em que convidados debatiam a importância do ditador falecido.
Nas rádios, as canções de reggaeton, ritmo malicioso amado pelos cubanos, foram suprimidas. Por nove dias, só se escutará música clássica. Todos os jornais estatais só estão sendo impressos em preto e branco. Assim, o Granma perdeu sua característica cor laranja e o Juventud Rebelde, o azul. Tendo em vista que os cubanos usam o jornal como papel higiênico, dá para imaginar até onde vai a imposição do luto oficial.
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