Comissão Eleitoral da Rússia diz que não espera mais de 100 denúncias

Moscou, 6 mar (EFE).- A Comissão Eleitoral Central da Rússia (CEC) não espera mais de 100 denúncias de infrações cometidas durante as eleições presidenciais de domingo, disse nesta terça-feira à Agência Efe Nikolai Konkin, secretário desse organismo.
‘Acredito que teremos em torno de 100 denúncias’, estimou Konkin em entrevista.
O secretário da CEC da Rússia informou que a organização recebeu cerca de 100 denúncias ‘relacionadas à apuração de votos’ e agora esperam as correspondentes atas das mesas eleitorais.
Konkin indicou que nessas eleições as críticas se centraram na desigualdade de cobertura informativa que os cinco candidatos tiveram ao longo da campanha.
Os quatro rivais do atual primeiro-ministro e ganhador das eleições, Vladimir Putin, denunciaram que o homem forte da Rússia contou com todo o espaço informativo que quis.
‘Seria preciso comprovar se a cobertura era em sua qualidade de candidato à Presidência ou de primeiro-ministro’, disse o funcionário, e acrescentou que são os jornalistas que devem cumprir com o equilíbrio de oportunidades que concedem aos aspirantes.
Konkin disse que a CEC ‘não dispõe de ferramentas legais’ para afirmar a igualdade de cobertura dos candidatos. Segundo ele, nenhum dos concorrentes gastou mais da metade dos recursos que a lei permite investir nas campanhas midiáticas e que em geral se limitaram a aproveitar a publicidade gratuita.
O secretário da CEC indicou que também são frequentes as críticas por ‘ter incluído ou excluído um ou outro candidato’, mas acrescentou que ‘ao organismo somente cabe observar se a lei está sendo cumprida’.
Com relação à independência do organismo, questionada pelos observadores internacionais, Konkin revelou que a ordem de formação da CEC prevê o princípio partidário, de modo que atualmente é formada por representantes dos cinco partidos.
O secretário admitiu, entretanto, que apesar de os quatro partidos estarem representados no organismo, o governante Rússia Unida conta na CEC com cinco membros e negou categoricamente que o procedimento de votação fora do local de residência tenha sido aproveitado para as falsificações.
‘Nessas eleições, votaram 300 mil pessoas a menos do total de cédulas distribuídas de votação (fora do domicílio eleitoral). Se tivessem votado várias vezes, dificilmente o número seria inferior’, indicou. EFE