Rio de Janeiro, 13 fev (EFE).- A chefia da Polícia Militar do Rio de Janeiro informou nesta segunda-feira que, apesar da greve declarada na sexta-feira passada, nenhum serviço foi suspenso e o número de agentes que se absteve de trabalhar foi ínfimo.
‘Não podemos falar em greve hoje, quando não temos nenhum serviço da PM interrompido. Falar em greve é um exagero’, declarou o porta-voz da Polícia Militar (PM), coronel Frederico Caldas, em entrevista à ‘Agência Brasil’.
‘Os casos pontuais foram prontamente e severamente combatidos. Aqueles que se recusaram (a cumprir seu trabalho) foram presos e autuados. A vida segue. Nesta semana, já estamos trabalhando para fazer o esquema de segurança do Carnaval. Os eventos do final de semana foram todos cobertos sem problema’, acrescentou.
Os líderes das associações que representam os cerca de 70 mil membros da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro anunciaram uma greve na madrugada de sexta-feira passada para reivindicar aumento salarial.
O anúncio aconteceu uma semana antes do início do Carnaval e um dia antes de os policiais da Bahia colocarem fim a uma paralisação de 12 dias que provocou pânico no estado e durante a qual foram registrados 180 homicídios, o dobro do normal para o período.
A paralisação no Rio de Janeiro foi rapidamente desarticulada com a prisão dos líderes do protesto e devido à baixa adesão.
No sábado, os líderes da Polícia Civil anunciaram sua decisão de abandonar a greve. Agora, apenas a PM e os bombeiros estão de braços cruzados, mas também já estudam suspender a paralisação.
Segundo Caldas, a adesão à greve é tão pequena que o número de ausentes não difere do dos dias normais. O porta-voz disse que, além da detenção dos 11 agentes acusados de liderar a paralisação, foram detidos provisoriamente 129 grevistas que se negaram a trabalhar na sexta-feira, em Volta Redonda.
O comando do Corpo de Bombeiros informou que, nesta segunda-feira, todos seus integrantes foram trabalhar normalmente e que os que se ausentaram na sexta-feira foram punidos.
No sábado, após 12 dias de greve, os policiais da Bahia aceitaram a proposta de aumento salarial apresentada pelo governo estadual e aprovaram a convocação de seus superiores para normalizar as atividades.
Apesar do fim da paralisação, o governador da Bahia, Jaques Wagner, anunciou nesta segunda-feira que pediu ao ministro da Defesa, Celso Amorim, para manter no estado até o fim do Carnaval os militares enviados para garantir a segurança durante a greve. EFE