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Com Rússia no radar, Dinamarca pode aderir à política de defesa da UE

Dinamarca faz referendo para entrar na Política Comum de Segurança e Defesa, seguindo onda de europeus que reavaliam a segurança devido à guerra na Ucrânia

Por Da Redação
Atualizado em 1 jun 2022, 09h49 - Publicado em 1 jun 2022, 09h47

Os dinamarqueses votam nesta quarta-feira, 1, para decidir se devem aderir à política de defesa da União Europeia, potencialmente se tornando a última resistência do bloco a entrar no quadro. Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, países europeus passaram a reavaliar radicalmente suas estratégias de segurança.

A Dinamarca é o único membro do bloco de 27 nações que não está na Política Comum de Segurança e Defesa. Em um referendo de 1993 sobre o Tratado de Maastricht, que lançou as bases para a União Europeia moderna, havia garantido isenções tanto no campo da segurança quanto no da moeda unificada (euro). A decisão ficou conhecida como “opt-out” (“ficar de fora”, em tradução livre).

Se os dinamarqueses, notoriamente críticos da União Europeia, votarem pela abolição do opt-out – como pesquisas de opinião sugerem que será o caso –, isso marcaria outra mudança significativa na política de segurança europeia devido à guerra na vizinha Ucrânia.

A Suécia e a Finlândia decidiram este mês candidatar-se à adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Além disso, tanto a Dinamarca quanto a Alemanha, conhecidas pelo desarmamento, já prometeram aumentar drasticamente os gastos com defesa.

“É claro que a Otan continuará sendo nossa ferramenta mais importante, mas a União Europeia nos dá outra ferramenta para garantir nossa defesa no leste”, disse Mogens Jensen, porta-voz de defesa do partido no governo, os social-democratas.

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+ Os efeitos do pedido da Finlândia e da Suécia para entrar na Otan

A Dinamarca é um membro fundador da Otan, mas a maior potência militar da aliança, os Estados Unidos, sinalizou que os aliados europeus devem assumir maior responsabilidade por sua própria segurança. A participação na Política Comum de Segurança e Defesa permitiria à Dinamarca participar de operações militares conjuntas do bloco, como as da Somália, Mali e Bósnia.

E embora a União Europeia se beneficie da extensa experiência dinamarquesa em operações militares como parte da Otan e de outras alianças, o voto “sim” deve ser visto mais amplamente como uma vitória simbólica em Bruxelas.

Uma grande maioria no parlamento recomenda a abolição do opt-out. A votação desta quarta-feira será a terceira tentativa de legisladores dinamarqueses de suspender uma das decisões tomadas em 1993 – em 2000, dinamarqueses optaram por continuar fora da zona do euro e, em 2015, votaram “não” em um referendo sobre justiça e assuntos internos.

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Pesquisas preliminares mostraram uma liderança sólida daqueles que votam a favor da abolição do opt-out, com cerca de 48% votos “sim” e 31% “não”.

Os opositores argumentaram que a cooperação dentro da política de defesa da União Europeia é prejudicada devido à burocracia e à ineficiência da tomada de decisões. Também temem que a adição da Dinamarca contribua para a formação um potencial super-exército supranacional da União Europeia.

+ A caminho da extinção, Otan recupera relevância em meio à guerra

Líderes do bloco disseram não ter planos de estabelecer um exército supranacional, mas formou uma força de ação rápida composta por até 5.000 soldados.

A votação termina às 20h locais (15h do horário de Brasília). O resultado é esperado logo depois.

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