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Com Kremlin na mira, Putin adota novamente uma retórica anti-EUA

Por Por Dmitry Zaks
15 dez 2011, 16h59

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, multiplicou as críticas aos Estados Unidos, envolvendo-os na morte do líder líbio Muamar Kadhafi e adotando uma retórica anti-americana, com o Kremlin na mira a tês meses das eleições presidenciais.

Putin também lamentou a dissolução da União Soviética e denunciou a mentalidade da Guerra Fria dos países ocidentais em geral, adotando um tom que foi muito popular entre os nacionalistas russos quando chegou à presidência pela primeira vez em 2000.

“Gostaríamos de ser aliados dos Estados Unidos, mas o que vejo hoje (..) não é uma aliança, às vezes tenho a impressão de que os Estados Unidos não querem aliados, mas sim vassalos”, declarou o primeiro-ministro em seu programa anual de perguntas e respostas na televisão.

O ataque verbal do ex-espião da KGB ameaça desfazer três anos de esforços dos Estados Unidos por relançar do zero as relações com a Rússia para que seja um aliado de confiança, em meio às tensões sobre a Síria e o Irã, dois países com décadas de estreitas relações com Moscou.

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Putin foi mais duro ao responder sobre a mensagem no twitter do senador republicano John McCain, que advertiu que a Rússia enfrenta uma revolta parecida com a da Primavera Árabe depois das manifestações questionando as eleições legislativas do dia 4 de dezembro.

“McCain combateu no Vietnã. Acredito que ele tem sangue de cidadãos pacíficos o suficiente nas mãos. Deve ser impossível para ele viver sem essas cenas repugnantes”, disse Putin em alusão ao sangrento fim de Kadhafi.

“Quem fez isso?”, perguntou o primeiro-ministro. “Drones (aviões teleguiados), incluindo dispositivos americanos”, acrescentou.

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“Atacaram sua coluna. Logo, usando a rádio – através das forças especiais, que não deveria ter estado ali – levaram ao lugar a chamada oposição e combatentes e o mataram sem juízo nem investigação”, acrescentou. O Departamento de Defesa rejeitou essa acusação e a qualificou de absurda.

Essas declarações se somam às acusações de Putin sobre os protestos sobre a polêmica vitória nas legislativas do partido Rússia Unida. Para Putin, os protestos obedeceram a um sinal americano, depois que os EUA julgaram as eleições de não serem “nem livres, nem equitativas”.

“Putin não mudou, continua sendo o mesmo que conhecemos quando terminou sua presidência, com ideias negativas sobre o Ocidente”, destacou Fiodor Lukianov, chefe da redação da revista Global Affairs.

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Se Putin voltar ao Kremlim em 2012 “não será necessariamente um conflito frontal, mas todas as negociações com Estados Unidos terão uma atmosfera tensa e será mais difícil conseguir acordos”, acrescentou.

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