O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse nesta quarta-feira que está disposto a chegar aos termos para que o grupo guerrilheiro Farc libere unilateralmente 11 oficiais que mantêm sequestrados há mais de 10 anos.
“Eu estou disposto a fechar os termos para a libertação dos 11 sequestrados, a libertação unilateral como um gesto de paz na direção correta”, disse Santos durante uma cerimônia policial em Bogotá.
“Mas enquanto isso, que ninguém se engane”, advertiu Santos, que afirmou que, até o momento, a ordem é: que as forças militares e de polícia continuem “combatendo com tudo o que temos a nosso alcance para continuar dando resultados”.
A declaração de Santos seguiu-se a um anúncio das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), divulgado na terça-feira, no qual a liderança da organização afirmou sua disposição de libertar um número indeterminado de reféns.
A mensagem das Farc foi dirigida a uma organização civil de ativistas latino-americanas, entre elas Piedad Córdoba (Colômbia), Lucía Topolansky (Uruguai), Elena Poniatowska (México), Rigoberta Menchú (Guatemala) e Mirta Acuña de Baravalle (Argentina).
Em ocasiões anteriores, Santos advertiu que apenas aceita uma libertação unilateral do grupo de 11 sequestrados como um gesto no sentido de um processo de paz.
O presidente rejeita a proposta de uma troca de reféns por rebeldes presos em cadeias do país e Estados Unidos, segundo reiterou o secretariado (liderança) das Farc.
Na terça-feira, milhares de pessoas protestaram na Colômbia e algumas cidades do exterior em rejeição ao sequestro, à violência e às Farc, 10 dias depois de o grupo insurgente matar quatro oficiais que mantinha sequestrados havia mais de 12 anos.
Segundo as Farc, a morte dos reféns foi originada por uma “tentativa insensata de resgate militar”, enquanto o governo assegura que os crimes ocorreram depois que as tropas do exército confrontaram um grupo de guerrilheiros em uma região de florestas do sul do país.
Cifras oficiais apontam que as Farc, fundadas em 1964, contam com ao menos 8.000 combatentes e, além dos 11 policiais e militares, também mantêm como reféns um número indeterminado de civis.