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Cientista assassinado atuava na maior usina nuclear do Irã

Mustafa Roshan morreu em um atentado a bomba; Irã acusa Israel de ataque

Por Da Redação
11 jan 2012, 07h40

O cientista e professor universitário Mustafa Ahmadi Roshan, assassinado nesta quarta-feira na explosão de uma bomba colocada em seu carro no norte de Teerã, era um dos responsáveis pela usina nuclear de Natanz, a maior do Irã. A bomba foi colocada no veículo por um homem em uma motocicleta e a explosão, no bairro de Seyed Khandan, próximo à universidade, feriu duas pessoas que estavam próximas a ele no carro. Os dois feridos estão hospitalizados.

O promotor especial de homicídios do Tribunal Penal de Teerã esteve no local da explosão, informou a agência oficial Irna, e já começou a investigação, cujos resultados devem ser apresentados em breve. Deputados iranianos condenaram o ataque e gritaram palavras como “morte aos Estados Unidos”, “morte a Israel” e “morte aos hipócritas”, depois de o vice-presidente do Parlamento, Seyed Shahabedin Sadr, anunciar que agentes “da arrogância mundial martirizaram outro importante professor universitário”.

Histórico – O atentado contra Roshan, de 32 anos, é o mais recente de uma série de ataques executados nos dois últimos anos contra proeminentes cientistas iranianos, possivelmente vinculados ao controverso programa nuclear do regime, que acusa Israel de estar por trás dos assassinatos.

A morte de Roshan acontece dois anos depois da morte, em janeiro de 2010, de Majid Shahriari e Massoud Ali Mohammadi, dois conhecidos cientistas nucleares iranianos, também em atentados. Em agosto, o cidadão iraniano Majid Jamali-Fashi admitiu ter recebido ajuda dos serviços secretos israelenses (Mossad) para perpetrar o atentado com moto-bomba contra Mohammadi, especialista em partículas nucleares. Jamali-Fashi foi condenado à morte.

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Em outro desses ataques, em novembro de 2010, Fereydoon Abbsi Davani ficou ferido. Ele era um pesquisador vinculado à Guarda Revolucionária iraniana, e, após o atentado, foi nomeado chefe do Organismo para a Energia Atômica iraniano.

Roshan, que se formou no ano de 2002 em Engenharia Química na Universidade de Sharif, a mais importante entre a comunidade científica iraniana, ocupava atualmente o cargo de subdiretor do departamento comercial da central de Natanz, no centro do país. A planta de Natanz, na província de Isfahan, é a principal instalação de enriquecimento de urânio do Irã, com 8.000 centrífugas, e onde o regime pretende produzir combustível atômico de forma industrial. Tensão – O atentado ocorre em um momento de especial tensão internacional pelo programa nuclear iraniano. Na última segunda-feira, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que o Irã começou a produzir urânio enriquecido a 20% em sua nova planta de Fordo, a 160 quilômetros de Teerã. Até agora, somente em Natanz o Irã havia purificado urânio até esse nível – considerado um passo prévio ao urânio altamente enriquecido para bombas atômicas. A comunidade internacional acusa o regime iraniano de esconder, sob seu programa civil, outro de natureza clandestina e ambições bélicas cujo objetivo seria produzir armas atômicas, o que Teerã nega. As suspeitas se centram, principalmente, no programa de enriquecimento de urânio do Irã. Na segunda-feira, durante visita à Venezuela, o ditador iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse que as acusações sobre os planos de seu país de construir bombas são “motivos de piada e escondem a intenção de evitar o desenvolvimento do Irã”. (Com agência EFE)

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