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CIA investe em humor para se aproximar dos americanos nas redes sociais

Principal agência de espionagem dos EUA usa a internet para conquistar a confiança da população e atrair futuros funcionários

Por Da Redação
Atualizado em 17 Maio 2019, 19h51 - Publicado em 17 Maio 2019, 19h41

Apesar do sigilo óbvio que cercam os trabalhos da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), o serviço de espionagem mais famoso do mundo ampliou sua presença nas redes sociais. A missão complexa tem sido cumprida pela equipe de comunicação do órgão com uma mistura de lições de história com o humor.

“Uma das dificuldades é não podermos falar de assuntos atuais. Não vamos comentar, claro, uma operação em andamento. Portanto, chegamos à conclusão que falar de fatos históricos nos permite abordar qual é a nossa missão”, afirmou a responsável pelas redes sociais da CIA, identificada apenas como Amanda, por questões de segurança. 

Amanda está na CIA há nove anos e há cinco faz parte da equipe de comunicação, testemunhando a imersão da agência no mundo digital desde o início. Tudo começou em 2014, quando foram criados os perfis da CIA no Twitter e no Facebook. Em 2019, a agência está também no Instagram.

A primeira mensagem da agência nas redes sociais foi publicada no Twitter. A postagem já mostrava que o humor seria uma das armas da CIA para mostrar serviço nas redes sociais sem revelar muito sobre o trabalho extremamente confidencial do órgão. “Não podemos confirmar nem desmentir que este seja nosso primeiro tuíte”, dizia a note de 6 de junho de 2014.

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Amanda diz que a regra para a equipe de comunicação é obedecer o lema extraoficial da CIA: “compartilhar o que podemos, proteger o que devemos.”

Mas qual o objetivo da CIA com seu ingresso nas redes sociais? A responsável pelo trabalho ressalta duas metas. A primeira é ampliar a confiança da população para a missão da agência. A outra, atrair pessoas para que elas desejem trabalhar no órgão.

“Queremos ganhar a confiança do povo americano para que as pessoas confiem nas nossas avaliações, nos nossos julgamentos e nas nossas informações”, explicou Amanda.

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“Temos nos dado conta que um dos principais obstáculos para a CIA é que as pessoas não se imaginam trabalhando aqui. Acham que fariam um trabalho de James Bond, e a CIA não é isso”, completou.

Em um exemplo desse trabalho de recrutamento e transparência sobre suas funções, a Agência de Inteligência publicou um texto em seu perfil no Facebook comparando seus setores de trabalho às camadas de uma cebola. Depois, convidou os leitores a uma explicação detalhada da metáfora.

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A chefe do Departamento de Comunicação da CIA, identificada como Candice, explicou que as postagens levam em conta a capacidade de transformar a mensagem em uma tendência nas redes sociais. Caso a ideia tenha potencial de sucesso, a equipe avalia se o conteúdo serve para ressaltar a missão do órgão.

“É um processo muito similar ao de qualquer redação de jornal. Todos revisamos, editamos e verificamos os dados”, disse.

Apesar do processo minucioso, a CIA não escapa de problemas comuns à atividade jornalística. No dia 25 de junho de 2015, lembra Amanda, por ocasião do 65º aniversário do início da Guerra da Coreia, a equipe das redes sociais da CIA resolveu criar uma sequência de mensagens recontando os fatos como se eles estivessem ocorrendo em tempo real.

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“Um dos tuítes dizia algo do tipo: ‘tropas, com tanques e artilharia, estão se reunindo no paralelo 38’. De repente, as pessoas começaram a responder coisas como se fosse uma notícia nova, urgente, e estivéssemos sendo invadidos por norte-coreanos. Tive um momento de pânico”, revelou Amanda, aos risos.

Outro dos grandes desafios da CIA é não poder se envolver em discussões com os usuários. Em uma tentativa de minimizar o impacto da falta de interação, a agência lançou em fevereiro a hashtag #AskMollyHale (Pergunte a Molly Hale) no Twitter. Assim, o público pode enviar suas dúvidas para o órgão, algumas delas bastante inusitadas.

“Molly Hale era um pseudônimo que usávamos para atender telefonemas ou responder cartas do público. Às vezes era uma única pessoa, outras vezes mais de uma. Pensamos que seria interessante levá-la para a era digital”, explicou Amanda.

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(Com EFE)

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