China promove megafesta para comemorar os 100 anos do Partido Comunista
Fundado em 1921 por Mao Tse-Tung, partido é hoje a entidade política mais poderosa do planeta
A China realizou uma série de comemorações na noite desta quarta-feira (30), véspera do aniversário de 100 anos do Partido Comunista.
Houve shows e apresentações artísticas nas principais metrópoles do país, incluindo a capital, Pequim, além de Xangai, Chongqing e Shenzen.
As celebrações foram abertas com um discurso do presidente, Xi Jinping, transmitido em rede nacional de televisão. “Dediquem tudo, incluindo suas preciosas vidas, ao partido e ao povo”, declarou o líder.
A comemoração se estenderá ao longo de toda semana, devendo, segundo autoridades, seguir um clima “sério e solene”.
Programado para se estender até o fim do ano, o calendário de comemorações repisa a ideia de que o Partido Comunista é o maior responsável pela ascensão da China à condição de superpotência, capaz de empatar economicamente com os Estados Unidos até o fim da década e, se tudo der certo, passar à frente até 2035.
A Cidade de Fuzhou na Província de Fujian, no sudeste da China, está na comemoração do centenário do Partido Comunista da China. pic.twitter.com/P2VuuUP6Ug
— Yang Wanming (@WanmingYang) June 30, 2021
Na província de Xinjiang, onde cerca de 1 milhão de muçulmanos da etnia uigur estão encarcerados para passar por programas de “reeducação”, os cinemas vão exibir 100 filmes que exaltam a luta dos comunistas para modernizar a China.
No Tibete, que está sob ocupação chinesa 1949, o foco central será ensinar a importância do partido às novas gerações.
“Nossos jovens devem valorizar a festa e serem leais ao nosso lindo novo Tibete”, disse Wang Zhen, diretor do departamento de educação do Tibete, à agência de notícias Reuters.
Criado em 1921 por Mao Tsé-tung, o PC da China é hoje a sigla política mais poderosa do mundo. Há 72 anos no poder, o partido soma 91 milhões de afiliados. Seus tentáculos se estendem por todo o território chinês e possui cinco milhões de comitês locais.
Disciplinados, os membros do PC se infiltram por toda a sociedade, da fervilhante indústria musical ao cinema e às universidades, passando pelo Exército e pela polícia. “Há gente de todos os níveis, das quais se exige lealdade absoluta”, diz Kellee Tsai, cientista política da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong.