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China oferece apoio a Kim Jong-un como novo líder norte-coreano

Por Da Redação
20 dez 2011, 08h04

Antonio Broto.

Pequim, 20 dez (EFE).- O governo da China, máximo e quase único aliado do regime norte-coreano, manifestou nesta terça-feira seu apoio ao jovem Kim Jong-un como novo líder da Coreia do Norte, o que abre sua corrida rumo à liderança após a morte de seu pai, Kim Jong-il.

‘Kim Jong-un é um grande líder da República Popular Democrática de Coreia, assim como um bom amigo do povo chinês que contribuiu muito no desenvolvimento do socialismo’, disse o porta-voz de Relações Exteriores chinês Liu Weimin, usando adjetivos quase idênticos aos dedicados a seu pai um dia antes.

‘Acreditamos que sob a liderança de Kim Jong-un serão feitos esforços para construir um forte país socialista e conseguir a paz na península coreana’, acrescentou Liu em entrevista coletiva.

O representante também deixou aberta a possibilidade de que o terceiro expoente da ‘dinastia comunista’ dos Kim visite em breve território chinês, indicando que Pequim ‘dá as boas-vindas aos líderes (da Coreia do Norte), que podem visitar a China quando acharem conveniente’.

Com estas palavras, a China confirma que continua ao lado do regime que praticamente salvou do fim na Guerra da Coreia (1950-53), ao intervir quando a Coreia do Sul e os Estados Unidos haviam praticamente rendido a resistência do Norte, o que fez com que o conflito terminasse empatado.

Sessenta anos depois, a China continua considerando a Coreia do Norte um aliado estratégico, pois se interpõe entre seu território e uma Coreia do Sul com uma forte presença militar americana (embora esta, paradoxalmente, se justifique precisamente na existência do regime dos Kim).

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‘A China quer uma península coreana estável, que mantenha o status quo atual’, indicou à Agência Efe o especialista da Universidade Popular de Pequim Shi Yinhong, que defende uma paulatina abertura econômica da Coreia do Norte, imitando o modelo de reforma chinês criado por Deng Xiaoping.

Outros analistas chineses reconhecem a possibilidade de que com Kim Jong-un haja mudanças e novas expectativas por parte dos norte-coreanos, embora a ideia predominante seja de que não haverá fortes turbulências políticas como as que foram registradas neste ano no Oriente Médio.

‘Os norte-coreanos têm um alto nível de resistência política, não acho que vão se levantar e lançar uma revolução em grande escala, como alguns especulam’, afirmou o especialista em estudos coreanos Han Zhenshe, da Academia Chinesa de Ciências Sociais.

Em todo o caso, e apesar do apoio do governo chinês e dos analistas do país a um continuísmo na Coreia do Norte, a ‘longa amizade’ entre Pequim e Pyongyang teve algumas fissuras nos últimos anos de Kim Jong-il, motivo pelo qual o apoio não será incondicional e a China ficará atenta a possíveis mudanças em seu vizinho, da mesma forma que Tóquio e Seul.

Em 2010, os vazamentos do WikiLeaks revelaram que a diplomacia chinesa não viu com bons olhos os últimos anos do governo de Kim Jong-il, devido a suas contínuas provocações ao Japão e à Coreia do Sul (como os testes nucleares e balísticos), que colocaram a estabilidade da região em perigo. Os documentos chegaram a apontar que a China veria com bons olhos uma Coreia unificada a longo prazo.

Pequim apoiou com gestos diplomáticos e declarações retóricas muitas ditaduras, mas o pragmático regime soube retirar esse apoio quando chegou o momento de sua decadência.

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Foi isso o que ocorreu neste ano com a Líbia (a China iniciou contatos com os rebeldes antes da queda de Muammar Kadafi) e está acontecendo também com a vizinha Mianmar, visto que Pequim já confirmou suas primeiras conversas com a líder opositora Aung San Suu Kyi.

No caso norte-coreano, Pequim também ressaltou nesta terça-feira que estará em contato com outros países envolvidos no equilíbrio regional, como a Coreia do Sul e os EUA, à espera de futuros movimentos no fechado regime da Coreia do Norte.

A esse respeito, o ministro das Relações Exteriores, Yang Jiechi, já conversou nesta terça-feira por telefone com os chanceleres da Coreia do Sul, Kim Sung-hwan, e EUA, Hillary Clinton, para coordenar posturas sobre a situação regional após a troca de poder na Coreia do Norte.

‘Yang disse que a paz e a estabilidade na península coreana são do interesse comum de todas as partes e que a China fará todos os esforços possíveis para mantê-las’, indicou o porta-voz Liu.

A fonte oficial garantiu que tanto Hillary como Kim se mostraram de acordo com a postura de Yang ‘e manterão contatos frequentes com a China’ a respeito da situação na Coreia do Norte. EFE

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