China e Rússia assinam acordos de cooperação nuclear e financeira
Líder chinês concede medalha de "melhor amigo" a Putin e promete relacionamento mais próximo entre nações
Rússia e China assinaram nesta sexta-feira (8) uma série de acordos de cooperação em questões econômicas, de transporte, espacial e energia nuclear.
O presidente russo Vladimir Putin está na China para uma reunião do bloco de segurança liderado por chineses e russos, a Organização de Cooperação de Xangai, na cidade portuária de Qingdao. Mas primeiro passou em Pequim para conversar com o presidente chinês Xi Jinping.
Recebendo-o no Grande Salão do Povo da capital, Xi louvou o relacionamento entre as duas nações. “Independentemente das flutuações que existam na situação internacional, China e Rússia sempre adotaram com firmeza o desenvolvimento das relações como uma prioridade”, disse Xi a Putin no início das conversas formais.
Depois, Xi concedeu a Putin a primeira medalha de amizade da China, em um evento transmitido ao vivo pela televisão estatal. Discursando pouco antes de colocar a medalha, o líder chinês classificou russo como “um bom e velho amigo do povo chinês”.
Os dois participaram da assinatura de vários acordos, incluindo o que prevê a criação de um fundo de investimento conjunto de 1 bilhão de dólares.
Os dois líderes também assistiram à cerimônia na qual o presidente da Rosatom, a companhia estatal russa de energia atômica, Alexey Lijachov, e o chefe da organização estatal chinesa de Energia, Nur Bekri, assinaram quatro acordos.
Estes acertos preveem a construção de quatro novos geradores em duas usinas nucleares chinesas, concretamente nas de Xudabau e Tianwan.
“Este pacote de acordos é o maior na história da cooperação nuclear russo-chinesa. O que o faz único é que se refere à cooperação em diferentes projetos de alta tecnologia, o que não tem análogos na indústria nuclear mundial”, afirmou Rosatom em comunicado.
As duas partes também assinaram acordos de cooperação no projeto do reator rápido CFR-600 e a entrega de partes do Gerador termoelétrico de radioisótopos para o programa chinês de exploração lunar.
A respeito, o responsável da Rosatom afirmou que “a assinatura destes acordos é a melhor confirmação da amizade com nossos amigos chineses”.
Está previsto que o lançamento das unidades 7 e 8 da usina nuclear de Tianwan aconteça em 2026 e 2027, respectivamente, e das unidades 3 e 4 da central de Xudabau em 2028.
(Com Reuters e EFE)