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China condena jornalista a sete anos de prisão por espionagem

Dong Yuyu, 62, foi preso em Pequim em 2022 enquanto almoçava com um diplomata japonês, também brevemente detido

Por Da Redação 29 nov 2024, 14h34

Um tribunal em Pequim condenou nesta sexta-feira, 29, o jornalista chinês Dong Yuyu, de 62 anos, a sete anos de prisão sob acusação de espionagem. Dong, editor e colunista do jornal estatal Guangming Daily, afiliado ao Partido Comunista Chinês, foi preso em 2022 enquanto almoçava com um diplomata japonês. A decisão foi duramente criticada pela família e por grupos de direitos da mídia, que consideram o caso um ataque à liberdade de imprensa na China.

Em declaração nesta sexta, a família de Dong disse que sentença demonstra “a falência do sistema de justiça na China”. Eles denunciaram que a condenação se baseia em acusações frágeis, com os diplomatas japoneses apontados no julgamento como integrantes de uma “organização de espionagem”.

“Este veredito não é apenas uma injustiça para Dong e sua família, mas também para todos os jornalistas e cidadãos comprometidos com a construção de relações amigáveis com o mundo”, declarou a família.

Dong, reconhecido por seu trabalho defendendo o Estado de Direito e a democracia, é descrito como um “intelectual livre-pensador”. Bolsista Nieman na Universidade de Harvard e pesquisador visitante em universidades japonesas, ele evitava críticas diretas ao regime de Xi Jinping, mas se encontrava regularmente com diplomatas e jornalistas estrangeiros – prática agora sob escrutínio severo das autoridades.

O diplomata japonês envolvido no caso também foi detido em 2022, embora apenas brevemente, o que gerou protestos do Ministério das Relações Exteriores do Japão. Na época, Pequim classificou as atividades do diplomata como “inconsistentes com sua capacidade oficial”.

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Organizações como o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) exigem a libertação de Dong. “As autoridades chinesas devem reverter esse veredicto injusto e proteger o direito dos jornalistas de trabalharem livremente”, afirmou Beh Lih Yi, gerente do programa asiático do CPJ. Mais de 700 jornalistas e acadêmicos já assinaram uma petição em apoio ao profissional da imprensa.

A sentença de Dong é mais um capítulo de repressão na China. Em fevereiro deste ano, um tribunal de Pequim condenou à morte, com pena suspensa, o escritor e blogueiro pró-democracia australiano Yang Hengjun, por acusações de espionagem.

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