Pequim, 26 (EFE).- A promotoria de Hefei (capital da província de Anhui), na China, acusou formalmente Gu Kailai, esposa do ex-dirigente comunista Bo Xilai, e seu assistente, Zhang Xiaojun, de homicídio doloso do britânico Neil Heywood em novembro do ano passado.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira pela agência oficial ‘Xinhua’, que acrescentou que ‘eles foram recentemente acusados’, sem especificar quando, e que as investigações apontam que Gu e seu filho, Bo Guagua, tinham ‘conflitos com Heywood devido a interesses econômicos’.
‘Preocupada pelas ameaças de Heywood a seu filho, Gu Kailai, junto com Zhang Xiaojun, envenenaram o britânico até a morte’, disse a agência.
A promotoria de Hefei ‘já interrogou os dois suspeitos e escutou a defesa. Os fatos são claros e as provas irrefutáveis e substanciais’. Não se sabe porque o caso foi investigado na cidade de Hefei, já que o crime não foi metido neste local.
Embora a agência afirme que o dia do julgamento ainda não foi marcado, o advogado chinês especializado em direitos humanos Phu Zhikiang disse hoje à Agência Efe que acredita que ele acontecerá em breve e que os acusados serão condenados à morte. O homicídio doloso é um dos 55 delitos passíveis da pena capital na China.
A acusação foi formalizada três meses depois de Gu e Zhang serem declarados ‘altamente suspeitos’ da morte de Heywood.
Este fato fez com que Bo Xilai fosse expulso do partido comunista chinês. O escândalo, um dos maiores da política do país em décadas, foi revelado quando o vice-prefeito de Chongqing e braço-direito de Bo, Wang Lijun, pediu asilo no consulado dos EUA na cidade de Chengdu.
No consulado, Wang denunciou más condutas de Bo e a ligação de Gu com a morte de Heywood. Até então, as autoridades chinesas mantinham mistério sobre a morte do britânico, e inclusive chegaram a sugerir que sua causa foi a ingestão excessiva de álcool.
O anúncio da acusação na véspera da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres foi interpretado com um gesto de conciliação em direção ao Reino Unido, que pediu que a morte de Heywood fosse investigada. EFE
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