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Moda de cheirar pó de chocolate ganha adeptos nos EUA

Os efeitos da inalação do cacau duram de 30 minutos a uma hora e são similares aos de uma bebida energética

Por Da redação
Atualizado em 12 jul 2017, 10h02 - Publicado em 12 jul 2017, 09h55

Disponível no mercado e febre entre os jovens nos Estados Unidos, a moda de aspirar pó de cacau puro tem deixado especialistas preocupados. Eles dizem que faltam estudos sobre os efeitos a longo prazo dessa prática e alertam para o risco de aumento da pressão sanguínea.

Assim como as bebidas energéticas e em linha com a tradição de aspirar substâncias vegetais como estimulantes, o consumo do cacau puro em pó, comercializado sob a marca Coco Loko, a partir de 20 dólares (cerca de 65 reais), busca o que o fabricante chama de “energia eufórica”. O produto, além de pó de cacau, leva ginkgo biloba, um estimulante vegetal que estimula a circulação sanguínea; taurina, um dos componentes habituais de bebidas energéticas; e sementes de guaraná, ricas em cafeína.

Apesar de a combinação parecer explosiva, Nick Anderson, de 29 anos, fundador e presidente da Legal Lean, empresa por trás do novo produto, garantiu que seu pó de cacau é incapaz de fazer mal e que não tem componentes químicos relacionados a drogas ilegais.

“Encomendamos nossos ingredientes em sites da internet de grande reputação e que têm relatórios de toxicologia e análise. É desenvolvido para dar um ‘subidão’ de endorfina e uma liberada de serotonina que proporcionam euforia e vitalidade, algo extraordinário para aproveitar em uma noite de festa, por exemplo”, declarou ele à rede de televisão “ABC”, ressaltando que também testa e consume o próprio produto.

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Os efeitos da inalação do cacau duram de 30 minutos a uma hora e são similares aos de uma bebida energética. “Ele deixa a pessoa eufórica, mas também motivada”, argumentou.

Nick Anderson começou o negócio com 10 mil dólares (cerca de 32.545 mil reais), e depois de dois meses de testes com diferentes misturas, sempre usando cacau cru como base, chegou à fórmula final, a qual produz com uma empresa de suplementos alimentícios. O pó, que é apresentado como um suplemento vegetal, não tem regulação do governo por não ser alimento, medicamento, nem ser proibido, porque, segundo a agência reguladora americana, a Food and Drug Administration (FDA), não houve “queixas de consumidores ou doenças” associadas ao uso.

MÉDICOS

O consumo gerou críticas na comunidade médica, com pessoas que alegam que, embora a princípio pareça inofensivo, isso não quer dizer que seja totalmente inocente.

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“A questão é quais são os riscos. Não existem dados e, pelo que sei, ninguém estudou o que acontece quando se aspira chocolate”, declarou nesta semana ao jornal The Washington Post o diretor do Centro Sinovial do Hospital Johns Hopkins, Andrew Lane.

Ele afirmou ser reticente a encher as cavidades sinoviais de cacau sem saber quais os efeitos a longo prazo, mas disse acreditar que o pó de cacau não vai virar uma droga. “Quem vai consumir drogas provavelmente não vai começar com chocolate”, disse.

Ainda que cheirar pó de cacau soe como suspeito, especialistas consideram que a verdadeira preocupação está no aumento da pressão sanguínea que os estimulantes utilizados nas bebidas energéticas provocam, e cujos efeitos são potencializados quando inalados.

“Inalar algo através da cavidade nasal é um modo mais rápido (de assimilá-lo ao organismo) do que comendo ou bebendo, que requer certa digestão”, declarou o professor Paul Arciero à revista “Health”, lembrando que já houve casos de overdose de cafeína devido ao consumo de bebidas energéticas.

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(Com EFE)

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