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Chefe de observadores da ONU na Síria faz fortes críticas às grandes potências

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4 jul 2012, 17h47

O chefe dos observadores da ONU na Síria, general Robert Mood, criticou nesta quarta-feira com um tom pouco habitual a comunidade internacional porque, segundo ele, suas autoridades se limitam a fazer reuniões em “hotéis de luxo” sem agir de maneira concreta para pôr fim à crise síria.

O general Mood, chefe dos observadores que foi obrigado a suspender sua missão na Síria por causa da violência, manifestou sua decepção diante da inexistência de ações claras relacionadas à questão síria e criticou as reuniões estéreis em busca de uma solução quando já transcorreram quase 16 meses desde o início da violência.

“Há conversas demais em hotéis de luxo, em agradáveis reuniões, enquanto pouco é feito para avançar e deter a violência”, afirmou Mood à imprensa em Damasco.

O general reconheceu, entretanto, a dificuldade das negociações, considerando que a reunião de 30 de junho em Genebra, na qual houve um consenso para a instauração de um governo de transição era “o melhor resultado possível por uma solução pacífica para o povo sírio”.

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Em Genebra, os cinco membros do Conselho de Segurança (Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido), além de Turquia e alguns países árabes, chegaram a um consenso a respeito dos princípios de uma transição na Síria, ausente do encontro, antes de divergir sobre a interpretação do acordo.

Washington considerou que abria caminho para a era “pós-Assad”, enquanto Moscou e Pequim, aliados de Damasco, reafirmaram que cabe aos sírios determinar seu futuro.

O Ministério sírio de Relações Exteriores, que até agora não havia reagido, celebrou nesta quarta-feira a posição russa e chinesa e cumprimentou o acordo apesar de emitir reservas sobre “alguns pontos”.

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A estas persistentes divisões desde que começou a revolta, em março de 2011, se somam as da oposição síria, cuja conferência no Cairo terminou em um ambiente tenso, a ponto de alguns participantes terem partido para agressões físicas.

Ao término de dois dias de reuniões, cerca de 200 representantes de 30 movimentos da oposição chegaram a ficar de acordo sobre uma transição que exclua o presidente sírio, Bashar al-Assad, mas divergiram sobre a forma de concretizar esse objetivo.

Segundo alguns participantes, houve opositores que abandonaram as negociações abruptamente, acusando os demais de monopolizar as decisões.

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Na sexta-feira, Paris acolhe uma reunião do grupo de Amigos do Povo Sírio. Um de seus objetivos será “estimular” a oposição síria a se unir e a “aumentar a pressão sobre o governo sírio para que seja aplicado o plano de Genebra” e um cessar-fogo que nunca foi respeitado, segundo uma fonte diplomática ocidental.

França e Reino Unido exortaram nesta quarta-feira a Rússia a parar de apoiar o governo de Bashar al-Assad, considerando que o governo russo tem interesse em retirar seu apoio. Os chanceleres francês e britânico disseram em uma entrevista coletiva à imprensa conjunta que o regime de Damasco “está condenado”.

No entanto, a Rússia desmentiu conversações com os Estados Unidos sobre o futuro de Assad, depois de que circularam informações de imprensa segundo as quais a Casa Branca tentaria convencer o Kremlin de dar asilo político ao presidente sírio.

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Combates continuam sendo travados entre os rebeldes e o Exército, principalmente perto de uma das sedes da inteligência da Força Aérea síria, próximo à capital, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Em Homs, as forças governamentais bombardearam dois bairros rebeldes, segundo um militante contatado via Skype.

Segundo o OSDH, 35 civis, nove combatentes rebeldes e 26 soldados sírios morreram nesta quarta-feira.

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Diante da repressão feroz, o protesto se militarizou com o passar dos meses, gerando um conflito armado principalmente entre as tropas leais ao regime e o Exército Sírio Livre (ESL), força armada de oposição criada por militares dissidentes que desertaram.

O general, o 15°, e vários oficiais do exército sírio desertaram e entraram nesta quarta-feira na Turquia, segundo um diplomata turco.

Enquanto isso, os corpos dos dois pilotos do caça turco derrubado no dia 22 de junho pela defesa antiaérea síria foram encontrados no mar, segundo o Exército turco.

Ancara afirma que o avião estava em missão de treinamento no espaço aéreo internacional, enquanto Damasco alega que entrou em seu espaço aéreo. Uma fonte russa indicou que o avião havia “provocado” a defesa antiaérea síria, violando “duas vezes” o espaço aéreo desse país.

O presidente sírio lamentou esse incidente em uma entrevista concedida a um jornal turco, e rejeitou as acusações de Ancara. Também denunciou que seu vizinho turco fornece apoio logístico aos “terroristas” sírios.

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