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Chanceler fala em ‘sombra’ nas relações com a Indonésia

Segundo Mauro Vieira, Itamaraty expressou inconformidade com fuzilamento de brasileiro neste sábado

Por Gabriel Castro, de Brasília
17 jan 2015, 18h41

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse neste sábado que a execução do brasileiro Marco Archer vai modificar a relação bilateral do Brasil com o país asiático. Em entrevista coletiva concedida no Palácio do Itamaraty, em Brasília, ele afirmou que o episódio cria uma “sombra” nas relações diplomáticas com a Indonésia. A expressão já havia sido usada nesta sexta pelo assessor da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. O chanceler, entretanto, não deu detalhes sobre possíveis retaliações.

Segundo Mauro Vieira, o Itamaraty também entregou à embaixada da Indonésia no Brasil uma carta de repúdio expressando “inconformidade” com a decisão. “O Ministério das Relações Exteriores manifesta sua profunda inconformidade com a execução do cidadão brasileiro e com o fato de que gestões do mais alto nível e apelos presidenciais à clemência em favor do condenado tenham sido ignorados pelas autoridades indonésias, em franco contraste com as relações de amizade e cooperação que os dois países têm procurado desenvolver historicamente”.

O secretário-geral do Itamaraty, Sérgio Danese, também se reuniu com o embaixador da Indonésia, Toto Riyanto, para manifestar a “inconformidade” com o fuzilamento.

Marco Archer foi morto por fuzilamento na tarde deste sábado, às 15h31, no horário de Brasília. Ele havia sido condenado à morte após ser preso entrando no país asiático 13 quilos de cocaína, em 2004.

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Vieira relatou as dificuldades no contato com o governo indonésio. Das seis cartas enviadas pelo governo brasileiro pedindo clemência para Archer, cinco ficaram sem resposta. “A única resposta foi a da última carta, enviada pela presidente Dilma Rousseff em 31 de dezembro”, disse ele.

A presidente Dilma Rousseff afirmou estar consternada e indignada com a execução. Ela convocou de volta o embaixador brasileiro na Indonésia, que, na área diplomática, é um dos primeiros gestos de demonstração de estremecimento nas relações bilaterais.

As relações comerciais entre Brasil e Indonésia podem ser descritas como inexpressivas. O país asiático compra basicamente commodities agrícolas brasileiros – soja, algodão, milho e açúcar – e vende óleos vegetais e borracha para os brasileiros. Em 2014, o valor total do comércio entre os dois países somou 454 milhões de dólares, pouco mais de 0,01% dos mais de 445,4 bilhões de dólares que o comercio exterior brasileiro movimentou no ano passado.

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