Chanceler da Áustria renuncia em meio a acusações de corrupção
Atitude é um esforço para neutralizar a crise desencadeada pelo anúncio do Ministério Público de que ele é alvo de investigação
O chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, anunciou neste sábado, 9, que vai renunciar ao cargo. A atitude de Kurz é um esforço para neutralizar a crise desencadeada pelo anúncio do Ministério Público de que ele é alvo de uma investigação de corrupção. Os promotores alegam que ele usou dinheiro público a fim de subornar institutos de pesquisas e jornalistas para favorecê-lo.
Kurz disse em um comunicado que propôs como seu sucessor o ministro das Relações Exteriores, Alexander Schallenberg, um diplomata de carreira. O político acrescentou que planeja continuar na liderança do Partido Popular da Áustria (ÖVP, siglas em alemão), de orientação conservadora, e assumir como líder no parlamento.
O partido de Kurz o apoiou após o anúncio dos promotores na quarta-feira. Mas seu parceiro de coalizão, Os Verdes – Alternativa Verde, disse na sexta-feira que ele não poderia permanecer como chanceler e exigiu que nomeasse outra pessoa para substituí-lo.
Os líderes da oposição pediram a saída de Kurz e planejaram trazer uma moção de censura contra ele ao parlamento na terça-feira.
Na quarta-feira, Kurz tuitou que se defenderia contra as acusações “com todas as minhas forças”: “Como partido popular, fomos eleitos com sucesso em duas eleições, defendemos a cooperação do governo com os Verdes e estamos prontos para continuar!”.
Ich werde mich mit aller Kraft gegen Anschuldigungen wehren. Als Volkspartei wurden wir bei zwei Wahlen erfolgreich gewählt, stehen zur Regierungszusammenarbeit mit den Grünen und sind auch bereit diese fortzusetzen!https://t.co/2FOUvAxiY1
— Sebastian Kurz (@sebastiankurz) October 7, 2021
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A situação não é estranha a Kurz. Em 2019, ele e seu gabinete foram destituídos do governo austríaco, após partidos de oposição apresentarem uma moção de desconfiança no parlamento. Era a primeira vez que o país passava por uma situação semelhante desde o pós-guerra.
A moção de desconfiança contra Kurz foi proposta pelo Partido Social-Democrata (SPÖ), de centro-esquerda, a maior força de oposição. O até então parceiro de coalizão do ÖVP, o Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), de extrema direita, apoiou a moção.