Paris, 13 dez (EFE).- O terrorista venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, mais conhecido como ‘Carlos, o Chacal’, se queixou que o apoio manifestado pelo presidente de seu país, Hugo Chávez, não teve efeitos práticos no julgamento que enfrenta em Paris por quatro atentados realizados na França entre 1982 e 1983.
Em mensagem destinada ao presidente Chávez e divulgada nesta terça, o advogado de ‘Carlos’, Hani Suleiman, se queixou que o apoio dado pelo líder venezuelano ‘não apoia a sua causa e nem a sua família’.
‘Apesar do apoio moral e político que o presidente Hugo Chávez anunciou, a medida ainda não teve uma tradução eficaz (…) nem por parte dos responsáveis em Caracas e no exterior’, lamentou Suleiman.
O advogado, por sua vez, se perguntou se essa falta de apoio não pode significar que ‘há pessoas no governo venezuelano que não querem ser fiéis aos princípios de Hugo Chávez (…) muito menos as suas doutrinas’.
Na última sexta-feira, Isabelle Coutant-Peyre, que além de ser advogada é casada com ‘Carlos’, declarou que deixaria o caso enquanto as autoridades venezuelanas não remunerassem os advogados do réu.
No entanto, nesta terça-feira, Isabelle voltou a se sentar nos bancos da defesa. A advogada antecipou que nesta quarta-feira um advogado venezuelano deverá desembarcar na França e, possivelmente, cumprir as promessas de Chávez.
‘Carlos, o Chacal’, é acusado por quatro atentados, os quais causaram 11 mortos e dezenas de feridos, podendo ser condenado a 18 anos de prisão perpétua.
Nesta quarta-feira está prevista a alegação dos advogados de defesa, algo que provavelmente deverá se prolongar até quinta-feira e, em função de sua duração, a sentença deverá ser divulgada somente na sexta-feira.
O terrorista venezuelano, preso na França desde 1994, já está cumprindo prisão perpétua pelo assassinato de três homens, dois deles agentes dos serviços secretos franceses, em 1975. EFE
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