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Ceuta: bebês na rota do desespero

Quase 8.000 imigrantes, entre eles 1.500 menores de idade, ingressaram na cidade em um único dia — o equivalente a 10% da população

Por Caio Saad 21 Maio 2021, 06h00

De uma ponta a outra da praia de El Tarajal, em Ceuta, possessão espanhola encravada no Marrocos, centenas de pessoas exaustas, todas de origem africana, recuperavam o fôlego após se arriscarem a nado e em botes por uma chance de chegar à Europa. Quase 8 000 imigrantes, entre eles 1 500 menores de idade, ingressaram em Ceuta em um único dia, a segunda-feira 17 — o equivalente a 10% da população da cidade autônoma e superior ao total de entradas na Espanha em um ano. Os soldados espanhóis lá presentes foram insuficientes para conter a multidão e tiveram de mergulhar no mar para resgatar pessoas, inclusive bebês, sob o risco de se afogar. “Não sabemos nem mesmo quantos levamos para o hospital”, diz Isabel Brasero, porta-voz da Cruz Vermelha. Ao que tudo indica, o governo do Marrocos fez vista grossa à invasão, permitindo que imigrantes, na maioria marroquinos, circundassem pelo oceano a barreira erguida nos limites de Ceuta. Seria uma represália contra a permissão dada pela Espanha para que o líder da Frente Polisário, grupo armado qualificado de terrorista pelo Marrocos, se tratasse secretamente de Covid-19 no país, em abril. A Frente Polisário luta pela autodeterminação do Saara Ocidental, região anexada pelo Marrocos. Acertado pela ONU, o referendo sobre a soberania na região nunca viu a luz do dia. Em novembro passado, depois de um longo período de trégua, as hostilidades recomeçaram, o que elevou as tensões na região. Dois dias depois da invasão, metade dos imigrantes já havia sido devolvida ao Marrocos.

Publicado em VEJA de 26 de maio de 2021, edição nº 2739

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