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Cessar fogo entre governo e ELN expira nesta terça na Colômbia

Com menos de dois mil combatentes, o ELN é a última guerrilha ainda ativa na Colômbia reconhecida pelo governo

Por Da Redação
9 jan 2018, 21h47

A guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) anunciou o fim de sua primeira trégua bilateral na Colômbia a partir da meia-noite desta terça-feira (9), embora vá evitar escalar o conflito enquanto negocia com o governo, em Quito, um novo cessar-fogo.

“Hoje, terça-feira, às 24 horas, termina o cessar-fogo, que teve duração de 101 dias”, declarou o chefe de negociações do grupo rebelde, Pablo Beltrán, na véspera da retomada dos diálogos de paz em Quito, capital do Equador e sede do processo que busca por fim a um confronto de 53 anos. Em entrevista à agência AFP, Beltrán, descartou uma prorrogação do atual acordo, vigente desde 1º de outubro.

O cessar-fogo se encerra com queixas mútuas de descumprimento, mas com um fato indiscutível: pela primeira vez em mais de meio século de conflito, não houve confrontos entre os militares e as tropas rebeldes durante três meses. E isto incentiva as partes a discutirem uma nova suspensão de hostilidades.

“Chegamos a um estágio importante que é desenvolver as negociações em meio ao cessar-fogo bilateral. Vamos tentar manter isso, enquanto esperamos que não haja uma escalada de ofensivas”, afirmou o líder rebelde. No entanto, Beltrán afirmou que “o governo está enviando tropas adicionais” às zonas de influência do Exército de Libertação Nacional (ELN).

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Já o governo de Juan Manuel Santos  não anunciou uma retomada imediata da perseguição aos rebeldes e destacou sua disposição em acordar uma nova trégua. “Esse é o ideal, logicamente”, assegurou o máximo encarregado da delegação de paz do governo, Gustavo Bell, ao chegar à capital equatoriana na segunda-feira.

As equipes de negociadores anunciaram para a quarta-feira o começo das discussões sobre uma nova trégua.

Os últimos

Com menos de dois mil combatentes, o ELN é a última guerrilha ativa na Colômbia reconhecida pelo governo, após o desarmamento e a transformação em partido político da ex-insurgência das Farc, no fim de 2016.

Durante a trégua, iniciada em 1º de outubro, as partes se acusaram mutuamente de descumprir os acordos.

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Além da interrupção do confronto, o ELN tinha se comprometido a suspender sequestros e ataques à infraestrutura petroleira, enquanto o governo melhoraria as condições dos guerrilheiros presos e a segurança dos líderes sociais, alvos de ataques que deixaram 105 mortos entre janeiro e 20 de dezembro de 2017, segundo a ONU. O ELN foi acusado, por exemplo, de violar o acordo ao assassinar um governador indígena, um fato pelo qual o grupo pediu perdão.

O governo, por sua vez, foi acusado pela guerrilha de descumprir o acordo ao realizar operações militares nas zonas de influência do ELN que causaram a morte de sete camponeses cocaleiros.

Para Jorge Restrepo, diretor do Centro de Recurso para a Análise de Conflitos, é preferível negociar um novo cessar-fogo a prorrogar o atual. “Este cessar-fogo como está tem muitas falhas, não tem regras claras, não são públicas, o mecanismo de monitoramento tampouco tem como fazer esse monitoramento precisamente porque não existem regras claras e transparentes”, afirmou.

O presidente colombiano espera avançar com as negociações cujo objetivo é extinguir o último conflito armado do continente que, em mais de meio século, deixou oito milhões de vítimas entre mortos, desaparecidos e deslocados. Estimulado pelo acordo com as outrora Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o presidente e ganhador do Nobel da Paz pretende manter-se à mesa em Quito ante o panorama eleitoral, que confronta partidários e críticos de uma saída negociada com as guerrilhas.

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(com AFP)

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