Cessar-fogo em Gaza não é ‘resposta certa’, dizem EUA
Posicionamento ocorre horas após anuncio do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, de que a trégua está fora de cogitação

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, afirmou nesta segunda-feira, 30, que o governo americano não acredita que um cessar-fogo no conflito entre Israel e o grupo militante palestino Hamas seja a “resposta certa”. O posicionamento ocorre horas após o anuncio do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que qualquer forma de trégua está fora de cogitação por simbolizar uma rendição ao “terrorismo”.
“Não acreditamos que um cessar-fogo seja a resposta certa neste momento”, disse. “Acreditamos que um cessar-fogo neste momento beneficia o Hamas, e o Hamas é o único que ganharia com isso neste momento”.
Na última sexta-feira, 27, os Estados Unidos vetaram uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas que apelava para um cessar-fogo na região. Até o momento, mais de 8 mil palestinos, quase metade crianças, foram mortos. Entre os israelenses, foram registradas mil vítimas. Ao todo, mais de 24 mil pessoas ficaram feridas. Acredita-se que o número de mortos seja aplicado rapidamente com a incursão terrestre em Gaza.
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Embora condenem a trégua, os Estados Unidos estariam pressionando “pausas humanitárias temporárias e localizadas para ajuda e para as pessoas saírem” da Faixa de Gaza, acrescentou Kirby. Com o anúncio do “cerco total” contra o enclave palestino, a provisão de energia, combustível e água foi interrompida para os moradores do pequeno e lotado trecho – estima-se que mais de 2 milhões de civis ainda habitem o local, apesar do intenso deslocamento impulsionado pela escalada dos bombardeios.
Desde a eclosão do conflito, em 7 de outubro, os Estados Unidos têm reforçado constantemente o direito de autodefesa de Israel, seu aliado, e a necessidade da libertação imediata daqueles feitos reféns pelo Hamas – o último levantamento de Tel Aviv indica que ao menos 229 pessoas estão sendo mantidas cativas. Até o momento, apenas duas americanas, mãe e filha, e duas israelenses, de 79 e 85 anos, foram soltas pelos combatentes por “razões humanitárias”, disse um porta-voz do grupo.