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Cerca de 440 reatores nucleares funcionam em 30 países

Após acidente em Fukushima, críticas sobre esse tipo de energia se multiplicam

Por Da Redação
14 mar 2011, 17h25

Pelo menos 437 reatores nucleares estão em operação em usinas de 30 países, segundo o último relatório anual da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O documento, cujos dados foram atualizados em 1º de janeiro de 2010, calcula a potência total de geração de energia desses reatores em 370.187 megawatts. Além disso, outros 55 reatores, com um potencial conjunto de 50.855 megawatts, estavam em construção em 2009.

Num momento em que o mundo acompanha de perto a tensão na usina nuclear japonesa de Fukushima, críticos à energia nuclear multiplicam comunicados e intervenções para deixar claro que é preciso acabar com a energia atômica. “Continuar com o programa nuclear com o que sabemos revela claramente insconsciência”, irritou-se Jean-Marie Brom, engenheiro atômico, membro da rede Sortir du Nucléaire (Deixar o Nuclear, em tradução livre).

“Em Chernobyl, nós podíamos nos esconder, mesmo que fosse ilusório, atrás da alegação de que isso ‘não seria possível em nosso país, os russos não sabem do que estão falando’. Mas, agora, não podemos mais dizer isto. Os japoneses têm tanta tecnologia quanto a gente”, continuou o diretor de pesquisas do CNRS (Centro Nacional da Pesquisa Científica).

A mobilização toma forma, e as ONGs começam a ser ouvidas. Corrente humana com milhares de pessoas na Alemanha, manifestações em Paris, reivindicações pelo fim da energia nuclear por partidos e associações ambientalistas da Itália à Austrália. “É preciso fechar progressivamente os reatores e não construir novos”, insistiu o Greenpeace. “Maldita seja a energia atômica”, acrescentou a organização Amigos da Terra.

“Faz tempo que o alarme está tocando e lamentamos que precisou chegar a esse ponto para que as autoridades começassem a se questionar, e nem mesmo estamos certos de que estão refletindo”, declarou Sofia Majnoni do Greenpeace França. Para ela, a “catástrofe” em curso no Japão “vai colocar um fim a 25 anos de debate sobre a segurança nuclear, conduzido principalmente pelo grupo nuclear francês Areva”, e gigante mundial.

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Antes do terremoto japonês, o setor de energia nuclear civil mundial estava indo bem, em particular com a alta no preço do petróleo. Sofreu os primeiros golpes após as catástrofes de Three Miles Island (Estados Unidos) em 1979 (incidente classificado em nível 5, de uma escala de 7) e Chernobyl (URSS) em 1986 (nível 7).

Ranking – Hoje, existem cerca de 440 reatores distribuídos em 30 países, principalmente nos Estados Unidos, França e Japão, que fornecem cerca de 15% da eletricidade mundial. No fim de 2009, outras 60 começaram a ser construídas. Os Estados Unidos são o país com o maior número de reatores (104, além de um em construção), seguido por França (59, mais um em construção) e Japão (54, com outro em construção).

A usina japonesa de Fukushima Daiichi, localizada a 270 quilômetros a nordeste de Tóquio, onde três de seus seis reatores foram danificados por causa do devastador terremoto da última sexta-feira, tem um potência de 4.700 megawatts e é uma das 25 maiores do mundo.

Segundo o relatório da AIEA, os 54 reatores em operação no Japão foram responsáveis por 24,9% da energia elétrica usada pela população em 2008, enquanto nos Estados Unidos essa porcentagem foi de 19,7%. Em seguida estão Rússia (31 reatores operacionais e 9 em construção), Coreia do Sul (20/6), Reino Unido (19), Índia (18/5), Canadá (18), Alemanha (17), Ucrânia (15/2) e China (11/20).

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A França é o país de maior dependência de energia nuclear, que em 2008, com 419,8 terawatts por hora, cobriu 76,2% das necessidades energéticas do país. Na Bélgica esse percentual foi de 54,8%, contra 47,4%, 42% e 41,7% de Ucrânia, Suécia e Eslovênia, respectivamente.

A Espanha aparece na lista da AIEA com oito reatores operacionais, de uma potência conjunta de 7.450 megawatts, que em 2008 geraram uma média de 56,5 terawatts/hora, o equivalente a 18,3% da eletricidade produzida no país. No continente americano, além de EUA e Canadá, apenas Argentina (dois reatores operacionais e um em construção), Brasil e México (dois operacionais cada um) contam com usinas nucleares.

Dessa forma, a energia nuclear gerada em território nacional representou, em 2008, 6,2% da provisão para os argentinos e 4% para os mexicanos, enquanto as usinas Angra 1 e 2 foram reponsáveis por 3,1% do fornecimento para os brasileiros.

A energia nuclear emite pouquíssimo gás carbônico, um dos principais gases de efeito estufa que influencia nas mudanças climáticas. Ela é particularmente popular em grandes países emergentes, como China e Índia, mas também caiu nas graças de alguns dirigentes europeus.

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(Com agências EFE e France-Presse)

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