Buenos Aires, 21 abr (EFE).- O vice-presidente argentino, Amado Boudou, defendeu neste sábado a desapropriação da companhia petrolífera YPF do grupo espanhol Repsol e garantiu que as decisões sobre o caso ‘são tomadas na Casa Rosada’, sede da presidência.
‘A partir da chegada do (falecido ex-presidente) Néstor Kirchner há uma Argentina do ‘não temos medo’. Não vamos deixar que ninguém nos cale. Nem uma, duas ou três capas do ‘Clarín’ nos calarão’, declarou Boudou em alusão ao jornal de maior tiragem do país, crítico ferrenho do governo de Cristina Kirchner.
Ao inaugurar um espaço do governo na Feira do Livro de Buenos Aires, o ex-ministro da Economia insistiu que ‘as decisões da República são tomadas na Casa Rosada e são para a coletividade dos argentinos’.
No mesmo sentido se pronunciou a ministra de Indústria, Débora Giorgi, ao comentar que a decisão de recuperar o controle da companhia petrolífera argentina foi adotada porque ‘está em jogo o futuro do país e o trabalho dos argentinos’.
‘Se não há energia não há indústria, já que ela inicia o aparelho produtivo. Trata-se de um passo transcendental em vias deste objetivo’, afirmou a ministra.
A funcionária disse que ‘recursos como o petróleo e o gás têm que estar sob a tutela do Estado’.
O Senado argentino debaterá na próxima quarta-feira uma lei que estabelece a desapropriação de 51% das ações Classe D da companhia petrolífera que pertencem à espanhola Repsol, dona de um pacote total de 57,43%.
Cristina Kirchner garantiu nesta sexta-feira que por respeito à ‘soberania’ da Espanha não responderá às represálias anunciadas pelo governo espanhol, que tomou medidas para limitar as importações de biodiesel da Argentina em resposta à desapropriação da YPF. EFE