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Caso Nisman: Cristina está “convencida” de que não foi suicídio

Presidente muda seu discurso e afirma não 'ter dúvidas' de que não se trata de suicídio. Sobre as denúncias, Cristina diz que "plantaram informações falsas" para atrapalhar o trabalho do procurador-geral Alberto Nisman

Por Da Redação
22 jan 2015, 09h17

“Estou convencida de que não foi suicídio”, escreveu nesta quinta-feira a presidente argentina Cristina Kirchner em uma nota divulgada em sua conta oficial no Twitter, sobre a morte do procurador-geral Alberto Nisman. É a primeira vez que o governo e a presidente se manifestam sobre um possível assassinato de Nisman, que foi encontrado morto em sua casa, em circunstâncias estranhas, na noite de domingo para segunda-feira, com um tiro na têmpora, poucos dias depois de ter denunciado a presidente e vários de seus colaboradores pela tentativa de acobertar terroristas iranianos, que teriam sido responsáveis pelo ataque contra a associação israelita Amia, em 1994.

A total mudança de posição do governo foi ainda acentuada com a presidente afirmando em primeira pessoa: “Eu não tenho provas, mas também não tenho dúvidas” [de que não foi um suicídio]. “Usaram-no vivo e depois o quiseram morto. Tão triste e terrível”, prossegue a nota oficial. Segundo o jornal Clarín, o novo posicionamento do governo foi notado mesmo antes da divulgação da nota de Cristina, quando os funcionários do Executivo pararam de atacar as ações do Ministério Público argentino na denúncia contra a presidente.

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Sobre a denúncia, a presidente afirmou que “plantaram informações falsas” para atrapalhar a investigação de Nisman e apontou os dois agentes secretos acusados pelo procurador-geral de participação no esquema de acobertamento de serem farsantes [leia mais sobre os acusados no quadro abaixo]. “Os supostos agentes de inteligência identificados por Nisman como membros de uma ‘Side paralela’ em conexão direta com a presidente, Allan Héctor Ramón Bogado e Hector Yrimia, NUNCA tinham pertencido à Secretaria de Inteligência, sob nenhum caráter”. Em seu relatório, Nisman afirma que Bogado, agente de inteligência da Side (Secretaria de Inteligência do Estado, o serviço secreto argentino), e Yrimia, ex-promotor responsável pelo caso Amia, foram “imprescindíveis” para levar adiante os “projetos criminosos” da presidente.

No texto, Cristina também questiona os motivos de um suicídio, afirmando que Nisman enviou uma mensagem a amigos próximos contando que ele estava prestes a cumprir o trabalho de sua vida e que iria avançar nas investigações. Além disso, Cristina faz referência à última foto que Nisman enviou ao seu amigo Waldo Wolff, vice-presidente da Daia (Delegação de Associações Israelitas Argentinas). “Por que Nisman iria se suicidar se no sábado, às 18h27 enviou uma foto para Wolff, membro da Daia, uma imagem de sua área de trabalho onde se vê papéis e canetas marcadoras, assegurando que ele estava se preparando para a apresentação de segunda-feira aos deputados?”. No dia seguinte à sua morte, Nisman iria apresentar formalmente sua denúncia no Congresso argentino, que iria sabatiná-lo.

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Em sua primeira manifestação sobre a morte de Nisman, também feita através de uma rede social, Cristina publicou uma longa carta falando em suicídio e desqualificando a investigação e os mais de dez anos de trabalho do procurador-geral no caso do atentado contra a Amia. O novo posicionamento de Cristina e do governo argentino adiciona mais um elemento de tensão na investigação que vem sendo conduzida pela promotora Viviana Fein.

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