Casamento gay é aprovado na Inglaterra e País de Gales
Texto aprovado no Parlamento deverá passar pelas mãos da rainha Elizabeth II
O Parlamento britânico aprovou nesta terça-feira o casamento gay na Inglaterra e no País de Gales. Antes de entrar em vigor, o texto precisa passar pelo crivo da rainha Elizabeth II, o que poderá correr até o fim desta semana – a aprovação da rainha é tida como mera formalidade na Grã-Bretanha. A lei teve o apoio do primeiro-ministro David Cameron, mas provocou divisões no Partido Conservador. Os outros dois principais partidos, o Trabalhista e o Liberal Democrata, apoiaram o texto.
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A ministra da Cultura, Maria Miller, disse durante o debate da lei na Câmara dos Comuns que a lei é sobre “liberdade e respeito”, acrescentando que os tradicionalistas não deveriam sentir que seu conceito de casamento foi enfraquecido. “Liberdade para casar independente de sexualidade ou gênero, mas também liberdade para acreditar que o casamento deveria ser entre um homem e uma mulher, e não ser marginalizado”, afirmou.
Casais homossexuais na Inglaterra e no País de Gales já obtinham o status de união civil, que confere os mesmos direitos do casamento heterossexual, desde 2004. Para os ativistas, no entanto, a distinção entre os casais dava a impressão de que a sociedade considera os relacionamentos homossexuais inferiores.
Gerald Howarth, do Partido Conservador, era um dos opositores da proposta e considerou “espantosa” a aprovação de um projeto que tinha a antipatia da maioria dos conservadores. Ele disse que o governo deveria ter “muito cuidado” ao respaldar este tipo de decisão. “Ofender inúmeros membros do Partido Conservador não é um bom caminho para se trilhar”.
Com a aprovação do texto, os primeiros casamentos gays deverão ser realizados na Inglaterra e no País de Gales no início do ano que vem. A Escócia estuda uma proposta sobre o tema. Na Irlanda do Norte, não há planos de adotar uma legislação semelhante.