Casa Branca sugere a Maduro aceitar anistia e se exilar em praia distante
União Europeia cria grupo de contato com países latino-americanos para tratar de solução eleitoral para crise na Venezuela
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, sugeriu ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e a seu círculo mais próximo que aproveitem a anistia oferecida pelo líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, e se exilem em uma “praia agradável” e longe do país.
“Desejo a Nicolás Maduro e a seus principais assessores uma aposentadoria longa e tranquila, vivendo em uma praia agradável em algum lugar longe da Venezuela. Eles deveriam aproveitar a anistia do presidente Guaidó e seguir em frente. Quanto antes, melhor”, disse Bolton.
Os Estados Unidos reconhecem o líder opositor, que se autoproclamou presidente interino da Venezuela, como legítimo governante. Também impôs nesta segunda-feira sanções draconianas contra a estatal petroleira PDVSA, para bloquear suas exportações e congelar seus ativos nos Estados Unidos.
A subsecretaria de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Kimberly Breier, criticou nesta quinta-feira o governo de Maduro depois que Guaidó denunciou que agentes da Força Armada Especial terem invadido sua residência e intimidado sua família, incluindo sua filha pequena.
“O regime recorre a apontar (arma) para um bebê de 20 meses. Maduro deveria ter vergonha. Não à #Venezuela #EstamosUnidosVE”, disse no Twitter a diplomata, que mais cedo pedira aos governos na Europa para reconhecer a Guaidó como presidente.
Breier destacou em uma entrevista para a imprensa que mais de 20 países já reconhecido ao líder opositor. O Parlamento Europeu já aprovou o aval a Guaidó. Mas a Comissão Europeia mantém posição mais cautelosa e apenas declarou-se a favor da convocação de eleições em breve no país.
Nesta quinta-feira, a União Europeia anunciou a criação de um Grupo de Contato de países europeus e latino-americano, com “90 dias” de duração, para trabalhar uma saída à crise na Venezuela, por meio de eleições. O objetivo “não é mediar”, mas “acompanhar” o país em uma saída “pacífica” e “democrática” para crise, disse a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.