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Carta com substância suspeita é enviada a Obama

Correspondência foi interceptada pelo centro de triagem da Casa Branca

Por Da Redação
17 abr 2013, 13h10

Uma carta contendo uma substância suspeita – possivelmente o veneno ricina – foi enviada ao presidente Barack Obama e interceptada pelo centro de distribuição postal da Casa Branca, situado fora do complexo presidencial, segundo informou nesta quarta-feira a polícia especializada encarregada da proteção do presidente.

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RICINA

A ricina é um veneno encontrado na mamona e que pode estar em forma de pó ou de pastilha, ou então ser dissolvido em água. Segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês), órgão federal de saúde dos Estados Unidos, a ricina vem sendo usada em experimentos médicos como forma de matar as células cancerígenas. A não ser que uma pessoa tenha a intenção de expor a outra à ricina, ou que um indivíduo mastigue a mamona, é muito difícil entrar em contato com essa substância involuntariamente.

Não há, de acordo com o CDC, antídoto para a ricina. A única forma de tratar uma pessoa que entrou em contato com a substância é minimizar os efeitos do envenenamento.

A exposição à ricina pode acontecer por meio da inalação, ingestão, injeção ou contato com a pele. Uma vez no corpo, essa substância entra nas células e impede que elas produzam as proteínas necessárias para funcionarem e viverem. Os sintomas do envenenamento por ricina variam de acordo com a forma de exposição ao composto, mas podem incluir dificuldade para respirar, febre, tosse, edema pulmonar, baixa pressão arterial, vômitos, diarreia, vermelhidão na pele e irritação nos olhos. A morte por envenenamento de ricina pode ocorrer dentro de 36 a 72 horas, dependendo da forma de contato e da quantidade da substância exposta.

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Testes preliminares indicaram que a substância é mesmo ricina, substância altamente tóxica encontrada na mamona. Autoridades advertem, no entanto, que testes apontando falso positivo para ricina são comuns, informou o Wall Street Journal. O FBI afirmou que somente uma análise profunda realizada por um laboratório acreditado pode determinar a presença de um agente biológico como a ricina. “Estes testes estão sendo conduzidos e geralmente demoram de 24 a 48 horas”.

Não há antídoto conhecido para o veneno e uma quantidade de apenas 500 microgramas – porção do tamanho da cabeça de um alfinete – é suficiente para matar um adulto. Segundo a rede americana CNN, a substância pode ser produzida facilmente, por isso, autoridades em vários países investigam a relação entre suspeitos extremistas e a ricina. Mas especialistas dizem que o uso é mais efetivo contra indivíduos e não como uma arma de destruição em massa.

“Este setor rotineiramente identifica cartas ou encomendas que exigem uma segunda triagem ou testes científicos antes da entrega”, disse o porta-voz do Serviço Secreto Edwin Donovan. “O Serviço Secreto está trabalhando em conjunto com a Polícia do Capitólio dos EUA e o FBI nesta investigação”.

Em entrevista coletiva, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que o presidente foi informado sobre a correspondência suspeita e que o FBI vai liderar as investigações. O porta-voz acrescentou que não houve outras ameaças contra Obama.

Senado – A polícia do Capitólio ordenou que algumas áreas do prédio de escritórios do Senado em Washington fossem evacuadas, também por causa de correspondências suspeitas. As áreas foram liberadas depois que testes indicaram que não havia ameaças nos objetos analisados.

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Na terça-feira, autoridades dos correios dos Estados Unidos interceptaram outra carta que continha ricina, enviada ao senador republicano Roger Wicker, eleito pelo Mississippi. De acordo com mensagem de alerta aos senadores escrita pelo sargento do Senado, Terrance Gaines, a carta foi postada em Memphis, no Tennessee, e não tinha remetente.

O veneno foi detectado durante uma inspeção de rotina em uma dependência externa do prédio do Congresso. A carta não chegou ao gabinete de Wicker no Capitólio, disse um colaborador, citando o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, que o informou sobre o incidente. Roger Wicker é considerado um político de baixo perfil, que não está especialmente envolvido nos sensíveis debates sobre a reforma migratória, ou sobre o porte de armas.

Em fevereiro de 2004, o Senado e a Casa Branca foram alvo de um ataque com ricina, agente biológico enviado na forma de pó. O incidente não fez vítimas.

Atentado em Boston – Os novos incidentes lembram os ataques com antraz realizados após os atentados contra as torres do World Trade Center e o Pentágono em 11 de setembro de 2001. Mas as autoridades americanas ressaltaram que não há razões para relacionar as cartas com o atentado em Boston, na segunda-feira, que deixou três mortos e mais de 170 feridos. De qualquer forma, as correspondências interceptadas aprofundam o clima de preocupação com segurança que voltou aos EUA depois do atentado.

Nesta quarta, o FBI informou que uma investigação sobre as correspondências com substâncias suspeitas enviadas ao congressista e ao presidente Obama não apontou nenhuma ligação com as explosões durante a Maratona de Boston. “A investigação sobre essas cartas ainda está em andamento, e mais cartas ainda devem ser recebidas. Não há nenhuma indicação de uma conexão com o atentado em Boston”, disse a polícia federal americana em comunicado.

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(Com agências Reuters e France-Presse)

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