Capriles: asilo é tática para esconder desastre do governo
Líder opositor acusa o presidente Nicolás Maduro de tentar usar o caso Snowden para desviar as atenções dos problemas econômicos do país
O líder da oposição venezuelana Henrique Capriles acusou o presidente Nicolás Maduro de usar o asilo político oferecido ao americano Edward Snowden como artifício para mascarar os problemas de sua administração. “Seguramente pensou que provocando um escândalo com o tema conseguiria esconder o fracasso de seu governo”, escreveu Capriles no Twitter pouco depois do anúncio de Maduro.
Leia também:
Snowden recebe ofertas de asilo de Venezuela e Nicarágua
Espiã russa pede delator Edward Snowden em casamento
“O asilo não resolve o desastre econômico, a inflação que bate recordes, a insegurança crescente e a escassez!”, prosseguiu o opositor, que não reconhece Maduro como o vencedor das eleições de abril. “Nicolás, com o asilo não vai conseguir esconder do mundo que você roubou as eleições. Ele não lhe dá legitimidade nem vai fazer com que o povo se esqueça”, escreveu. Derrotado nas urnas por uma pequena margem, Capriles contesta até hoje o resultado da votação e acusa o governo de ter cometido diversas fraudes durante o processo eleitoral.
Asilo – Nesta sexta, a Venezuela respondeu positivamente ao pedido de asilo apresentado por Snowden. O ex-técnico da CIA é acusado de espionagem pelas autoridades americanas e está desde o final de junho “preso” em uma área de transição no aeroporto de Moscou, impedido de sair porque seu passaporte foi suspenso pelos EUA. Ele admitiu ter vazado informações sobre programas secretos de vigilância do governo Obama para a imprensa.
Aparentemente se esquecendo da perseguição que seu governo promove contra políticos e veículos de comunicação opositores, Maduro usou a liberdade como argumento para explicar sua oferta ao americano. “Eu decidi oferecer asilo humanitário ao jovem americano Edward Snowden para que na pátria de Bolívar e Chávez ele possa viver longe da perseguição imperial americana”, disse o governante.