Cairo, 15 abr (EFE).- O ‘número dois’ dos islamitas Irmandade Muçulmana e candidato do grupo à Presidência do país, Khairat al Shater, ameaçou neste domingo com ‘voltar às ruas para completar a revolução’, se for afastado da corrida eleitoral.
A Comissão Eleitoral Suprema egípcia anunciou no sábado à noite que ao todo dez aspirantes foram excluídos das eleições presidenciais, entre eles o próprio Shater, o salafista Hazem Abu Ismail e o ex-vice-presidente Omar Suleiman, por suas candidaturas descumpreram alguns requisitos.
Em declarações neste domingo ao site do grupo, Shater garantiu que seus seguidores estão ‘dispostos a voltar às praças da libertação para completar a passeata da revolução’.
‘Estamos prontos para pagar um preço ainda maior pela libertação desta pátria, a fim de impedir que os camaradas da velha-guarda reconstruam o sistema corrupto’, afirmou.
A campanha de Shater prepara neste domingo o recurso contra a impugnação de sua candidatura, que foi descartada ao considerar a comissão eleitoral que o indulto recebido pelo islamita após a queda do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011, não lhe exime de estar inabilitado para desempenhar cargos públicos.
‘Questionaremos qualquer decisão do comitê eleitoral, e tomaremos todas as medidas legais, para confrontar aos inimigos da revolução, que pretendem que o povo não reaja’, insistiu o poderoso empresário e grande financeiro da Irmandade.
Em qualquer caso, Shater mostrou seu ‘apoio absoluto’ ao candidato reserva que o grupo apresentou às eleições em caso que, como assim foi, o ‘número dois’ da confraria fosse excluído.
Mohammed Mursi, presidente do Partido Liberdade e Justiça (PLJ, braço político da Irmandade Muçulmana) se transformou em um dos grandes favoritos para as eleições, junto ao ex-secretário-geral da Liga Árabe Amre Moussa ou o islamita moderado Abdelmoneim Abul Futuh. EFE