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Canadá concede refúgio a jovem saudita que fugiu da família

Qunun, de 18 anos, escapou para a Tailândia por sofrer violência familiar e se trancou em um hotel ao ser ameaçada de repatriação

Por Da Redação
Atualizado em 11 jan 2019, 19h28 - Publicado em 11 jan 2019, 19h06

A jovem saudita de 18 anos que fugiu de violência familiar para a Tailândia partiu nesta sexta-feira, 11, rumo ao Canadá, de onde o primeiro-ministro Justin Trudeau se disse estar “encantado” por recebê-la. A moça tornara público seu caso nas redes sociais quando estava por ser repatriada à Arábia Saudita pelas autoridades tailandesas.

“O Canadá é um país que mede até que ponto é importante defender os direitos humanos e das mulheres no mundo”, declarou Trudeau à imprensa, confirmando que seu governo aceitou o pedido feito pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

A moça, Rahaf Mohamed al Qunun, tinha declarado inicialmente que queria pedir refúgio à Austrália. Ela alegou ter renunciado ao Islã e fugido da violência psicológica e física de sua família, na Arábia Saudita. Seus familiares desmentiram as acusações. Ela fugira no sábado passado pelo Kuwait, onde as mulheres não precisam de autorização de seus “guardiães masculinos” para viajar, e embarcara para Bangcoc.

A jovem foi detida no fim de semana passado, assim que desembarcou em Bangcoc. As autoridades tailandesas ameaçaram, inicialmente, mandá-la de volta a seu país. A Tailândia não é signatária da Convenção das Nações Unidas sobre os Refugiados, e os solicitantes de refúgio costumam ser expulsos ou esperar anos até serem enviados a um terceiro país.

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Equipada com um celular e uma conta de Twitter aberta às pressas, Qunun trancou-se no quarto de um hotel do aeroporto de Bangcoc e passou a publicar suas denúncias. As autoridades tailandesas mudaram de atitude depois de a Acnur ter considerado legítima a solicitação de refúgio pela moça, na quarta-feira 9.

Na tarde desta sexta-feira, o chefe de polícia de imigração tailandesa, Surachate Hakparn, disse que a jovem tinha partido em um voo às 14h (horário de Brasília) para Toronto. “Ela escolheu o Canadá… o Canadá disse que a aceitaria”, disse ele a jornalistas. “Está a salvo agora, e está bem física e mentalmente. Está contente.”

Na sexta-feira à tarde, Qunun escreveu no Twitter que tinha “algumas boas e más notícias”, sem mais explicações. Pouco depois, sua conta foi desativada, por causa das ameaças de morte que recebeu, segundo seus amigos.

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“Rahaf recebeu ameaças de morte e, por esse motivo, fechou sua conta de Twitter, por favor salvem a vida de Rahaf”, tuitou um de seus apoiadores, identificado como @nourahfa313.

A fuga da jovem da Arábia Saudita motivou organizações de direitos humanos e a polícia de imigração tailandesa a pedir à Acnur que a protegesse.

Na Arábia Saudita, as mulheres estão submetidas a muitas restrições, como estar sob a tutela de um homem (pai, marido ou outro), que exerce sobre elas uma autoridade arbitrária e toma as decisões importantes por elas. Uma mulher julgada por ter cometido um crime “moral” pode ser punida violentamente por sua própria família e está sujeita a ser executada se condenada por “crime de honra”.

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(Com AFP e EFE)

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