Breivik diz que é ‘muito simpático’ na maior parte do tempo
Atirador volta a defender sua 'sanidade mental' e responsabilidade pelos atos

Anders Behring Breivik, julgado pelo massacre de 77 pessoas ano passado na Noruega, afirmou nesta sexta-feira que é uma pessoa “muito simpática”, mas que teve que reprimir suas emoções a partir de 2006 para poder executar os ataques. O maníaco de Oslo enfrenta nesta sexta-feira o quinto dia de seu julgamento pelos dois atentados executados em 22 de julho de 2011.
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Entenda o caso
- • No dia 22 de julho de 2011, dois ataques coordenados espalham pânico pela capital norueguesa, Oslo, deixando 77 mortos.
- • No primeiro, um carro-bomba explodiu no distrito governamental atingindo a sede do governo e matando oito pessoas.
- • Pouco tempo depois, um homem invade a ilha de Utoya e atira a esmo contra um acampamento da juventude social-democrata, matando 69 pessoas.
- • O norueguês ultradireitista Anders Behring Breivik, de 32 anos, é preso e assume a autoria dos atentados.
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“Sou alguém muito simpático em uma época normal”, afirmou Breivik. Segundo o atirador, a partir de 2006, ele teve que reprimir suas emoções, especialmente com a prática da meditação, e cortar as relações sociais com o objetivo de preparar-se para cometer os ataques.
Para poder executar o ataque, o extremista de 33 anos afirmou que recorreu a um “mecanismo de defesa” e que “desumanizou” as vítimas, após um treinamento de vários anos. “É preciso desumanizar o inimigo. Se não tivesse feito isto, não teria obtido sucesso”. Breivik disse ainda que não é racista e criticou o “racismo antieuropeu” dos meios de comunicação.
Sanidade – O criminoso também aproveitou o espaço dado pela corte de Oslo para reafirmar sua ‘sanidade mental’ e defender sua responsabilidade penal pelos atos. “Eu não sou um caso psiquiátrico. Eu sou criminalmente são”, afirmou. Na quarta-feira, ele disse que a pena de morte ou a absolvição são os únicos vereditos justos em seu processo. Para ele, uma prisão de 21 anos seria ‘patética’. Ele afirma estar em guerra contra “as elites” que permitem a “islamização” da Europa e admitiu os fatos, mas se recusa a afirmar que é culpado.
Em seu relato, Breivik definiu os fatos como “atos horríveis, atos bárbaros” e explicou ao tribunal que pensou em uma “operação suicida” depois de ter esgotado todas as vias pacíficas para promover suas ideias nacionalistas, um fracasso que atribuiu à censura dos meios de comunicação – entregues, segundo ele, ao multiculturalismo.
(Com agência France-Presse)