Brasileira ligada à porta-voz de Trump é solta sob fiança após ser detida pelo ICE
Bruna Caroline Ferreira, mãe do sobrinho de Karoline Leavitt que foi noiva de seu irmão, foi presa por suspeita de permanência irregular nos EUA
Uma juíza de imigração dos Estados Unidos determinou nesta segunda-feira, 8, a libertação de Bruna Carolina Ferreira, brasileira ligada à porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, mediante fiança de US$ 1.500 (cerca de R$ 8.100, na cotação atual). Ela ainda tenta evitar a deportação após ter sido detida pelo ICE, a polícia de imigração americana.
Mãe do sobrinho de Leavitt e ex-noiva de seu irmão, a mulher foi presa nos arredores de Boston em 12 de novembro por agentes de imigração. Segundo a imprensa americana, ela teria entrado no país com um visto de turista B2 com validade até 6 de junho de 1999 e, portanto, excedido o limite de permanência nos Estados Unidos em 26 anos.
De acordo com o jornal The Washington Post, a juíza Cynthia Goodman ordenou a libertação de Bruna, 33 anos, com a fiança mínima. Seus advogados disseram que o governo o retratou injustamente como “imigrante ilegal criminosa” e que essa descrição é falsa.
Sua equipe de defesa e familiares alegaram a brasileira residia legalmente na cidade de Revere, em Massachusetts, por meio do programa Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA), criado no governo do então presidente Barack Obama para conceder proteção temporária contra deportações a indivíduos que entraram no país quando crianças. De acordo com uma investigação da agência de notícias The Associated Press, há muitos beneficiários do DACA entre os detidos em batidas recentes do ICE, mesmo que as tentativas do presidente Donald Trump para encerrar o programa tenham sido bloqueadas pela Suprema Corte.
Segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS), porém, Bruna foi detida em Revere e transferida para o Centro de Processamento do ICE no sul da Louisiana porque ela desrespeitou o limite do visto de turista, além de ter no histórico uma prisão anterior por agressão.
Em nota, o órgão a descreveu como uma “imigrante ilegal brasileira”. “Sob o governo do presidente Donald Trump e da secretária (de Segurança Interna) Kristi Noem, todos os indivíduos que se encontram ilegalmente nos Estados Unidos estão sujeitos à deportação”, acrescentou o comunicado.
Relação com a Casa Branca
Bruna, 33 anos, imigrou com sua família do Brasil para os Estados Unidos quando tinha seis anos de idade. Ela teve um relacionamento com o irmão da porta-voz da Casa Branca, Michael Leavitt, 35 anos. Juntos, tiveram um filho, Michael Leavitt Jr., de 11 anos.
Karoline Leavitt, 28 anos, natural de New Hampshire, ganhou fama desde que assumiu o posto de porta-voz de Trump. Ela começou a carreira como estagiária na emissora Fox News em 2016, antes de trabalhar no Departamento de Comunicação durante o primeiro mandato do republicano, entre 2017 e 2020. Quando ele retornou ao poder, Leavitt fez história ao tornar-se a mais jovem secretária de imprensa da Casa Branca.
Sabe-se menos sobre seu irmão, Michael, exceto pelo fato de que ele ganhou US$ 1 milhão em um concurso de esportes de fantasia da DraftKings em 2014, de acordo com o jornal The North Andover Eagle Tribune. Na época, segundo a publicação, ele e Bruna estavam noivos e o filho deles tinha oito meses de idade.
Em uma declaração à rádio WBUR de Boston após a prisão da ex, Michael disse: “Minha única preocupação sempre foi a segurança, o bem-estar e a privacidade do meu filho.” Fontes próximas à Casa Branca alegaram que a mãe mal tinha contato com a criança.
Em entrevista ao Post, Bruna disse que se sentiu ofendida pelas caracterizações, chamando-as de “nojentas”. Ela contou que vive levando o filho para restaurantes, dá carona a ele de carro para a escola, torce por ele em campeonatos de esportes e enche seu quarto com “tudo o que um menino precisa”. A brasileira disse ainda que “moveu montanhas” para garantir que o pequeno estivesse no casamento da tia no início de janeiro e que convidou Karoline Leavitt para ser madrinha ao invés da própria irmã.
A irmã de Bruna, Graziela, criou uma vaquinha virtual no GoFundMe para ajudar com os custos legais para contestar as acusações do ICE e permitir que sua irmã permaneça nos Estados Unidos. “Ela cumpriu todos os requisitos e sempre se esforçou para fazer a coisa certa”, diz a página, que já arrecadou mais de US$ 16.000.
“Ela é trabalhadora, gentil e sempre a primeira a oferecer ajuda quando alguém precisa”, escreveu Graziela. “Bruna tem um coração que coloca os outros em primeiro lugar.”
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