Tunísia, 25 abr (EFE).- O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota, expressou nesta quarta-feira o interesse em contribuir na transição política da Tunísia, nação que qualificou de ‘modelo’ para o mundo árabe e africano.
Em entrevista coletiva na sede do Ministério tunisiano, Patriota explicou que a visita tem o objetivo de revisar as relações bilaterais e tratar de questões políticas em relação às mudanças ocorridas na região.
O primeiro chanceler brasileiro a visitar a Tunísia desde a queda do ditador Zine el Abidine Ben Ali, em 14 de janeiro de 2011, ressaltou que o Brasil quer contribuir para a evolução política e social do novo Governo. Patriota ainda falou que organizará um seminário para a luta contra a pobreza com especialistas dos dois países.
Na tentativa de impulsionar as relações bilaterais entre os países, haverá no segundo semestre uma reunião da comissão mista, e o presidente transitório tunisiano, Moncef Marzouki, visitará Brasil em junho para participar da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
O ministro das Relações Exteriores tunisiano, Rafik Abdessalem, explicou que durante a reunião foram analisados os esforços para impulsionar a União do Magrebe Árabe (UMA). ‘A entidade regional (inativa durante anos) pode facilitar a cooperação com a América Latina no futuro’, acrescentou
Durante a visita, que começou na última terça-feira e termina nesta quarta-feira, o chefe da diplomacia brasileira se reuniu com o presidente Marzouki e com o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Mustafa Ben Jaafar. Nesta tarde, Patriota deve se reunir ainda com o chefe do Governo tunisiano, Hamadi Jebali, antes seguir para a Mauritânia para uma visita oficial, informaram à Agência Efe fontes diplomáticas.
No plano econômico e comercial, o chanceler brasileiro ressaltou que os setores que mais interessam para o Brasil são a experiência tunisiana no turismo, agricultura e exploração de fosfatos. Em 2011 a troca comercial entre os países alcançou US$ 481 milhões. A Tunísia exportou, sobretudo, fosfatos e produtos químicos e importou açúcar, café, cereais, carne e azeites.
Além desta visita, está prevista a chegada de uma delegação da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) nos dias 26 e 27 deste mês, assim do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que aterrissará amanhã na Tunísia. EFE