Brasília, 19 abr (EFE).- O chanceler Antonio Patriota afirmou nesta quinta-feira que o Brasil pedirá uma explicação oficial ao Governo do Irã sobre a acusação em uma delegacia policial de Brasília contra um diplomata iraniano, que teria abusado sexualmente de várias menores.
‘Gostaríamos de receber esclarecimentos da embaixada a respeito das alegações que consideramos muito preocupantes’, disse Patriota em declarações divulgadas pela Agência Brasil.
O diplomata iraniano, segundo a informação, foi acusado por alguns pais de família de ter tocado os órgãos genitais de várias meninas, com idades entre nove e 14 anos, que estavam no sábado passado em uma piscina de um clube social em Brasília.
O acusado compareceu à Primeira Delegacia da Polícia Civil na capital e depois foi liberado, pois sua imunidade diplomática o livra de ser preso, a não ser que o país de origem retire suas credenciais.
No entanto, Patriota disse que o Ministério das Relações Exteriores enviará uma carta à embaixada iraniana na qual citará a Convenção de Viena, de acordo com a qual as pessoas com privilégios e imunidade diplomática devem respeitar as leis e regras dos países onde se encontram.
‘Eu consideraria, pessoalmente, inaceitáveis (as alegações de abuso sexual) se algum diplomata brasileiro se comportasse dessa maneira em qualquer país onde estivesse’, disse o chefe da diplomacia brasileira.
Segundo o chanceler, o Brasil esperará a resposta do Irã e a partir dessa reação o Governo examinará a medida que irá tomar.
Em comunicado depois do incidente, a Embaixada do Irã classificou as acusações como falsas e considerou o fato um ‘mal entendido consequente das diferenças nos comportamentos culturais’. EFE