Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

‘Brasil parece estar do outro lado’, dizem EUA sobre viagem de Bolsonaro

Durante encontro com Vladimir Putin em Moscou, presidente brasileiro disse ser 'solidário à Rússia'

Por Caio Saad Atualizado em 18 fev 2022, 19h07 - Publicado em 18 fev 2022, 18h53

Após ser questionada sobre a declaração de solidariedade do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia, em meio às tensões envolvendo uma possível invasão de Moscou à Ucrânia, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou nesta sexta-feira, 18, que o Brasil “parece estar do outro lado de onde está a maioria da comunidade global”.

“Eu diria que a vasta maioria da comunidade global está unida em uma visão compartilhada, de que invadir um outro país, tentar tirar parte do seu território, e aterrorizar a população, certamente não está alinhado com valores globais”, afirmou Psaki em entrevista à imprensa em Washington. “Então, acho que o Brasil parece estar do outro lado de onde está a maioria da comunidade global”.

Em resposta a pergunta de um jornalista sobre se as falas de Bolsonaro poderiam afetar as relações Brasil-EUA, ela ressaltou que não conversou com o presidente americano, Joe Biden, sobre as declarações. Ainda assim, deu uma resposta dura.

A fala da porta-voz segue o encontro do presidente brasileiro com o russo Vladimir Putin na quarta-feira em Moscou, onde Bolsonaro afirmou que “somos solidários à Rússia” e expressou desejo de intensificar as relações bilaterais entre os países.

+ A mensagem dos EUA para Bolsonaro antes da viagem

Bolsonaro e Putin
Jair Bolsonaro e Putin em Moscou (Alan Santos/PR/Divulgação)

As preocupações se dão em meio à consolidação de forças russas perto da fronteira com a Ucrânia.  De acordo com os EUA e o Ministério da Defesa ucraniano, há, atualmente, cerca de 150.000 soldados russos posicionados perto dos limites do país. A Rússia cercou o norte do país vizinho, onde a fronteira é mais desguarnecida, posicionando seu Exército como uma ferradura, cercando a região por três lados, em territórios de Belarus, de quem é aliada.

Além disso, a Inteligência americana vem afirmando há semanas que a Rússia poderia buscar um pretexto, como uma operação com agentes infiltrados, para justificar uma eventual invasão. Um dos pretextos poderia ser o recente agravamento de confrontos na região de Donbas.

+ Em meio à tensão na Ucrânia, embate entre Putin e Biden sobe de tom

A mensagem feita por Bolsonaro já tinha sido alvo de críticas por parte de autoridades americanas. Na quinta-feira, um porta-voz o Departamento de Estado dos EUA disse que o encontro “mina a diplomacia destinada a evitar um desastre estratégico e humanitário”.

O momento em que o presidente do Brasil se solidarizou com a Rússia, enquanto as forças russas estão se preparando para potencialmente lançar ataques a cidades ucranianas, não poderia ter sido pior”, disse em entrevista televisionada. 

Continua após a publicidade

A VEJA antes da viagem do presidente brasileiro, uma autoridade do Departamento de Estado, que falou sob condição de anonimato, expressou que o Brasil deveria usar a oportunidade para reforçar à Rússia “a preocupação dos Estados Unidos e de outras nações sobre o papel desestabilizador que a Rússia está desempenhando e a ameaça atual à soberania e integridade territorial da Ucrânia”.

Segundo o funcionário americano, a posição do governo dos EUA sobre o aumento de presença militar russa na fronteira com a Ucrânia foi comunicada ao governo brasileiro, com quem “mantém diálogos regulares em todos os níveis”.

Em reportagem publicada em VEJA no início do mês, na edição nº 2775, o ex-embaixador Sergio Amaral destacou que Brasil e Rússia têm relação antiga e fazem parte do Brics, grupo que reúne ainda China, Índia e África do Sul. Em outras situações, uma missão oficial seria algo natural, mas não em meio a uma tensão que pode resultar em guerra.

“Nesta circunstância é difícil evitar que essa visita seja interpretada como um gesto de simpatia e até solidariedade com Moscou”, destacou.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.