Brahimi renuncia ao posto de mediador para a Síria
Depois de Kofi Annan, diplomata argelino abandona o cargo depois de fracassar na tentativa de encontrar uma solução para o conflito
O conflito na Síria derrubou mais um enviado especial das Nações Unidas. Nesta terça-feira, o argelino Lakhdar Brahimi renunciou ao posto, depois de falhar na tentativa de aproximar representantes do regime Bashar Assad e do grupo opositor Coalizão Nacional Síria. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, elogiou o diplomata, mas reconheceu que a organização “não foi capaz de conseguir nenhum progresso” na Síria. Ele informou que o argelino ficará no cargo até o dia 31 deste mês e não informou se haverá ou não um sucessor.
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Brahimi, de 80 anos, assumiu o cargo em agosto de 2012, depois de outro mediador internacional, Kofi Annan, abandonar a missão na Síria, pelos mesmos motivos. No início deste ano, Brahimi mediou uma série de encontros em Genebra, na Suíça, mas as conversas terminaram sem avanços. Negociadores do regime Assad e da oposição concordaram com tréguas limitadas a algumas regiões para permitir que assistência humanitária chegasse aos moradores, mas o conflito continuou na maior parte do país.
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Em março, o conflito que começou com protestos de jovens muçulmanos sunitas contra Assad completou três anos. A escalada da violência envolveu até o uso de armas químicas e o surgimento de uma milícia tão radical, o Estado Islâmico do Iraque e da Síria, que entrou em guerra até contra bandos subordinados à Al Qaeda. Mais de 150.000 pessoas foram mortas e milhares de sírios foram forçados a deixar suas casas. A destruição atinge grandes áreas de cidades como Alepo, Homs e Hama.