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Boris Johnson: ‘É doloroso não terminar meu mandato’

Em discurso de renúncia, Johnson disse que tentou convencer seu partido de que mudar a liderança era um erro, mas admitiu que 'ninguém é indispensável'

Por Amanda Péchy
Atualizado em 7 jul 2022, 15h42 - Publicado em 7 jul 2022, 08h55

Nesta quinta-feira, 7, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, fez seu discurso de renúncia em Downing Street, a sede do governo. Após ter repetidamente declarado que não deixaria o cargo, ele afirmou que “é claramente a vontade do Partido Conservador que deve haver um novo líder e um novo premiê” e que “é doloroso não terminar meu mandato”.

A notícia ocorre após uma onda de renúncias em seu gabinete entre terça-feira 5 e quarta-feira 6. Estima-se que pelo menos 50 membros de seu governo tenham deixado seus cargos em protesto contra sua liderança.

Johnson abriu o discurso com as burocracias. Segundo ele, o calendário das novas eleições será divulgado na próxima semana, e nesta quinta-feira ele nomeou um gabinete novo devido às baixas, para servir até que o próximo líder esteja no cargo.

O líder britânico, então, deu destaque aos seus greatest hits. Ele destacou que foi eleito pela maior maioria desde 1987, e a maior quantidade de votos desde 1979. Johnson se disse orgulhoso do que conquistou, mencionando o Brexit – seu principal slogan sempre foi “get Brexit done” (“concluir o Brexit”) – e a campanha de vacinação contra a Covid-19, que foi a que começou mais cedo na Europa.

Ele também destacou o papel do Reino Unido na liderança do apoio à Ucrânia, acrescentando que é preciso “ficar do lado dos ucranianos até o final”.

Em seu discurso, Johnson também afirmou que tentou convencer seus colegas no Partido Conservador de que mudar de líder seria “excêntrico”, mas não conseguiu convencê-los e reconheceu que “ninguém é indispensável’, se dizendo “triste” por desistir do “melhor emprego do mundo”.

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À moda chistosa do premiê, ele disse que o sistema eleitoral “darwiniano” produzirá um novo líder.

“Sei que algumas pessoas vão ficar aliviadas, e outras vão ficar desapontadas. Mas vou apoiar meu sucessor de todas as formas”, disse. Uma pesquisa do YouGov descobriu que 69% dos britânicos achavam que Johnson deveria deixar o cargo de primeiro-ministro.

Durante todo o discurso, Johnson se esforçou para não baixar a cabeça e manter o tom otimista. Ele fechou sua fala afirmando: “Pode parecer escuro agora, mas o futuro é dourado.”

Johnson, ex-jornalista e prefeito de Londres que se tornou o menino-propaganda do Brexit, obteve uma vitória eleitoral esmagadora em 2019. Isso foi antes de adotar uma abordagem combativa, e muitas vezes caótica, do governo.

Sua liderança foi atolada por escândalos e erros, especialmente nos últimos meses. Seu manejo inicial da pandemia foi amplamente criticado. O primeiro-ministro foi multado pela polícia por violar as restrições contra a Covid-19 em um dos piores momentos da pandemia no Reino Unido, e uma investigação do governo sobre festas em seu escritório em Downing Street responsabilizou Johnson por falta de liderança.

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Ele também foi bombardeado por críticas de que não teria feito o suficiente para enfrentar a inflação e a crise de custo de vida no país, com muitos britânicos lutando para lidar com o aumento nos preços de combustível e alimentos. A abordagem combativa de Johnson em relação à União Europeia também pesou sobre a libra, exacerbando a inflação, que deve ultrapassar 11%.

O jornal Times of London disse que a “desonestidade em série” de Johnson é “totalmente corrosiva” para um governo eficaz.

“Para o bem do país, ele deve ir”, afirmou o jornal.

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