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Bombardeio no Iraque deixa mais de 200 terroristas mortos

EUA seguem negando realizar ações terrestres no país, mas não descartam uso da Força Aérea. Obama é criticado por jogar golfe durante momento de tensão

Por Da Redação
16 jun 2014, 08h31

Mais de 200 terroristas morreram em um bombardeio da força aérea na cidade de Al Saqlauiya, na província de Al Anbar, no Iraque, informou nesta segunda o Comando de Operações do Exército na região. A operação contra os jihadistas sunitas foi realizada quando os extremistas realizavam uma espécie de desfile militar próximo da cidade de Fallujah, que está sob o controle dos terroristas desde janeiro.

Preocupados com a escalada da violência no Iraque, os Estados Unidos pediram neste domingo ao governo iraquiano para agir rapidamente em favor da reconciliação nacional, ao mesmo tempo em que decidiu reforçar as medidas de segurança em sua embaixada em Bagdá diante do avanço dos jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e o Levante (EIIL). Militares das Forças Armadas dos EUA reforçarão a segurança da embaixada em Bagdá, a pedido do Departamento de Estado, que insistiu que vai continuar operando para apoiar os iraquianos perante as “ameaças iminentes”.

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A tensão aumentou depois que os extremistas divulgaram através de uma conta da rede social Twitter fotografias de execuções, nas quais teriam morrido cerca de 1.700 soldados. “Apesar de não podermos confirmar estes relatórios, um dos objetivos principais do EIIL é fixar o medo nos corações dos iraquianos e comandar a divisão sectária da população”, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, que condenou o “horrível massacre”.

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​Jihadistas promovem execuções no Iraque

O presidente americano estuda diversas possibilidades para ajudar o governo iraquiano a repelir o avanço do EIIL e, embora na sexta-feira tenha descartado que os EUA vão voltar a situar tropas no terreno, outras medidas como os ataques aéreos estão sendo ventiladas. Em antecipação, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, ordenou o envio do porta-aviões George H. Bush ao Golfo Pérsico para dar ao presidente uma “flexibilidade adicional” no caso de “opções militares” serem necessárias. (Continue lendo o texto)

Criticas a Obama – O presidente americano passou este domingo na Califórnia, acompanhado de sua mulher e sua filha mais velha, onde se dedicou a jogar golfe. O dia de diversão de Obama foi muito criticado na imprensa e pelos republicanos. A porta-voz da Casa Branca de seu antecessor, George Bush, Dana Perino, declarou que há ocasiões nas quais “continuar em férias não é o melhor”. O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que tanto na noite de sábado como nesta manhã o presidente recebeu a informação mais recente da situação no terreno no Iraque de sua conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice, informando sobre as discussões em curso sobre a gama de opções disponíveis.

Enquanto isso, republicanos e democratas diferem sobre o papel dos EUA na crise. Assim há vozes que acreditam que um ataque aéreo seria o mais efetivo para cortar o avanço do EIIL e outras que se opõem à intervenção em uma guerra civil sectária. Ryan Crocker, que foi embaixador no Iraque durante o governo de George W. Bush (2001 – 2009), defendeu neste domingo uma solução diplomática acompanhada de um compromisso de paz entre sunitas, xiitas e curdos.

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O presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes (Deputados), o republicano Mike Rogers, considerou em entrevista à emissora Fox que é “tarde demais para realizar um longo processo de reconciliação política” e defendeu que Obama deve trabalhar com os parceiros da Liga Árabe, que inclui Egito, Iraque, Jordânia e Arábia Saudita, e dê o apoio militar necessário. A congressista democrata Tulsi Gabbard, veterana da Guerra do Iraque, mostrou sua preocupação com a possibilidade de um ataque aéreo para deter uma “guerra civil com raízes religiosas” e defendeu que os EUA ajudem no processo de diálogo entre a insurgência sunita e o governo dirigido pelo xiita Nouri al Maliki.

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No entanto, seu colega democrata, o senador Joe Manchin, criticou a inteligência americana, que “falhou miseravelmente” ao não ver chegar a ameaça do EIIL. O senador republicano Lindsey Graham defendeu na CNN que os EUA dialoguem com o Irã, com o qual não tem relações diplomáticas, para garantir que o país não faça uso do conflito sectário para estender sua influência no Iraque e considerou que “ignorar o Irã diante desta situação seria um erro”.

A origem do EIIL é o chamado Estado Islâmico do Iraque, uma aliança de organizações radicais nascida sob os auspícios da Al Qaeda em território iraquiano em outubro de 2006, durante a ocupação americana. Em abril de 2013, o Estado Islâmico do Iraque acrescentou ‘e do Levante’ ao seu nome e anunciou que começaria a operar também na Síria, o que colocou o grupo em rota de colisão com a cúpula da Al Qaeda, que pede que o grupo limite suas ações ao Iraque. O objetivo do EIIL, considerado ainda mais radical que a Al Qaeda, é criar um emirado islâmico num região entre a Síria e o Iraque. A organização tem seu principal ponto de resistência na província iraquiana de Anbar, no oeste do país, de maioria sunita e cenário de fortes enfrentamentos com o Exército nos últimos meses.

(Com agências Reuters e EFE)

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