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Bolívia: população liberta indígenas detidos pela polícia

Por Por José Arturo Cárdenas
26 set 2011, 22h09

Habitantes da localidade de Rurrenabaque, na Amazônia boliviana, libertaram nesta segunda-feira os 300 indígenas que a polícia deteve na véspera durante uma ação repressiva que gerou indignação e provocou a renúncia da ministra da Defesa, Cecilia Chacón.

Em Rurrenabaque, 320 km ao norte de La Paz, a população tomou o aeroporto local e bloqueou a pista de pouso, para evitar que os indígenas detidos fossem levados de volta, contra sua vontade, a suas regiões de origem, informou o prefeito local, Yerko Núñez.

No domingo, a polícia boliviana dispersou com violência o grupo de indígenas que seguia em direção a La Paz para rejeitar a construção da estrada que atravessa o Parque Nacional Isiboro Sécure.

A operação ocorreu em Yucumo, onde os indígenas foram retirados de suas barracas e, colocados à força em ônibus que seguiram para San Borja.

Mas dezenas de indígenas conseguiram escapar dos policiais e nesta segunda-feira voltaram à estrada, com o apoio da população de San Borja, em meio à crescente tensão e ao repúdio à violência policial.

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Diante do mal-estar com a repressão, a ministra da Defesa, Cecilia Chacón, enviou uma carta ao presidente Evo Morales informando sua renúncia após a ação “injustificável” da polícia quando “existem outras alternativas”.

O dirigente indígena Rafael Quispe ficou surpreso com a ação “brutal” da polícia: “não entendemos esta atitude de um governo que se diz indígena e ataca os indígenas”.

Antes da ação policial no domingo, o presidente Evo Morales anunciou no povoado de San Antonio – onde se reuniu com os 16 povos nativos do Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS) – a convocação de um referendo nos departamentos de Beni e Cochabamba sobre a construção da estrada Villa Tunari-San Ignacio de Moxos.

Morales também garantiu a promulgação da lei contra a ocupação de terras no TIPNIS e afirmou que vai retirar os colonos de assentamentos ilegais.

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A repressão policial, que não poupou mulheres e crianças, provocou protestos com milhares de pessoas nas cidades de La Paz, Cochabamba e Santa Cruz, além de uma greve cívica na região de Beni.

A estrada em questão é parte da rodovia que unirá os oceanos Pacífico e Atlântico e promoverá o comércio na América do Sul. O projeto é financiado pelo Brasil, com custo total de 415 milhões de dólares.

Brasília reagiu nesta segunda-feira aos incidentes manifestando “sua confiança em que o governo boliviano e os diferentes setores da sociedade continuarão favorecendo o diálogo e a negociação em busca de um entendimento sobre o traçado da estrada”.

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