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Bin Laden preocupado com mortes ‘desnecessárias’ de muçulmanos

Por Por Dan De Luce
3 Maio 2012, 14h15

Osama bin Laden estava profundamente preocupado com as mortes “desnecessárias” de muçulmanos causadas por ataques da Al-Qaeda e pediu que sua rede protegesse os civis, de acordo com cartas encontradas no complexo onde o terrorista se escondeu e divulgadas nesta quinta-feira.

Um ano após a morte de Bin Laden em uma operação realizada por SEALS da Marinha americana contra seu esconderijo paquistanês, a Casa Branca divulgou 17 documentos pertencentes a uma enorme coleção de arquivos recuperados em seu complexo de Abbottabad.

As cartas e rascunhos expõem divisões dentro da Al-Qaeda, tensões com colegas extremistas no Paquistão, convocações para o grupo mudar o seu nome e fazer um recomeço e um Bin Laden nervoso devido à imagem da rede.

Em uma carta de maio de 2010, o chefe da Al-Qaeda ressalta “a necessidade de cancelar outros ataques, devido às possíveis e desnecessárias mortes de civis” em países muçulmanos.

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“Pedimos a cada Emir nas regiões que tenham extremo cuidado ao controlar o trabalho militar”, disse, se referindo aos ataques da Al-Qaeda.

Bin Laden manifestou uma grande preocupação com a possibilidade de sua rede terrorista perder a simpatia dos muçulmanos e descreveu operações que matam muçulmanos como “erros”, acrescentando que era importante que “nenhum muçulmano seja vítima, exceto quando for absolutamente essencial”.

“Isso nos levaria a vencer várias batalhas, mas a perder a guerra final”, escreveu.

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Bin Laden sugere estabelecer como alvo interesses americanos em países “não-islâmicos”, à exceção de onde tropas dos Estados Unidos estão mobilizadas, no Iraque ou no Afeganistão, para evitar mais mortes de muçulmanos.

Ele também convoca dois grupos a se preparar para matar o presidente americano, Barack Obama, e o general David Petraeus, agora chefe da Agência Central de Inteligência.

Bin Laden alegou que, ao matar Obama, os Estados Unidos mergulhariam na crise porque acreditava que o vice-presidente, Joe Biden, não estava pronto para o trabalho.

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“Biden é totalmente despreparado para esse posto, o que levará os Estados Unidos a uma crise”, escreveu.

“Quanto a Petraeus, ele é o homem do momento neste último ano de guerra, e matá-lo seria alterar o caminho da guerra”, disse.

Na época em que a carta foi escrita, Petraeus era o chefe do Comando Central dos Estados Unidos, supervisionando as tropas no Iraque e no Afeganistão. Ele assumiu o cargo de comandante da guerra do Afeganistão em junho de 2010.

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Avaliando os danos causados à reputação da Al-Qaeda pela violência contra os muçulmanos, Bin Laden escreveu sobre a necessidade de fazer um recomeço.

“Tenho a intenção de divulgar um comunicado, no qual discutirei o início de uma nova fase para alterar o que emitimos – e, enquanto isso, recuperaríamos a confiança de grande parte daqueles que perderam a confiança nos mujahedines”, explicou.

Em outra carta, cuja autoria não é clara, há uma discussão sobre a possibilidade de mudar o nome da Al-Qaeda para se reconectar com os muçulmanos de todo o mundo.

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O nome atual do grupo “reduz a sensação dos muçulmanos de que pertencemos a eles, e permite que os inimigos reivindiquem enganosamente que não estão em guerra contra o Islã ou os muçulmanos, mas estão em guerra contra a organização Al-Qaeda”, de acordo com a carta.

O autor propõe uma lista de possíveis novos nomes, incluindo o “Grupo de Unidade Muçulmano” e o “Partido de Unificação da Nação Islâmica”.

Preocupações com a violência tendo como alvo companheiros muçulmanos é um tema recorrente nos documentos desclassificados, com alguns membros da Al-Qaeda irritados e frustrados com os companheiros no Iraque e no Paquistão.

Uma carta dos líderes da Al-Qaeda dirigida a Hakimullah Mahsud, chefe do Talibã paquistanês, condena sua organização por ataques contra mesquitas e mercados.

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