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Bilionário amigo de Trump e Bill Clinton é preso por prostituição infantil

Jeffrey Epstein teria aliciado meninas de até 14 anos para seus abusos sexuais

Por Da Redação
Atualizado em 8 jul 2019, 14h36 - Publicado em 8 jul 2019, 14h23

O bilionário americano Jeffrey Epstein foi indiciado por liderar um esquema de prostituição infantil e pelo abuso sexual de dezenas de garotas menores de idade. O processo confidencial teve o sigilo quebrado nesta segunda-feira, 8, por decisão de procuradores federais de Nova York, após anos de especulação sobre os crimes do empresário.

Epstein fez sua fortuna como consultor de investimentos. Sua empresa, a Financial Trust Company administra mais de 1 bilhão de dólares em fundos. Ele ainda investiu no ramo jornalístico ao adquirir a revista de fofocas Radar, em 2004, mas foi o seu nome que virou assunto nos tabloides em 2008, quando o nova iorquino foi condenado por contratar os serviços de uma menor de idade para um programa. 

O empresário permaneceu em prisão no regime semiaberto por 13 meses, antes de ser liberado. Mas no último dia 6 de julho, Epstein voltou a ser preso por tráfico sexual de menores na Flórida e em Nova York.

De acordo com a acusação, entre 2002 e 2005, o americano comandou uma rede de tráfico de menores em que pagava centenas de dólares em espécie para ter relações sexuais com garotas de até 14 anos.

Imagem de Jeffrey Epstein é mostrada pela justiça da Flórida depois de sua primeira condenação, em 2008 (REUTERS/Florida Department of Law Enforcement) (Florida Department of Law Enforcement/Reuters)

As meninas eram levadas até a casa do empresário em Upper East Side, bairro nobre de Nova York, ou até outra de suas propriedades, em Palm Beach, na Flórida. No esquema, apoiado por funcionários da Financial Trust Company, o acusado aliciava as garotas que abusava para que recrutassem outras meninas para os programas.

“Dessa forma, Epstein criou uma grande rede de menores de idade que ele poderia explorar sexualmente, muitas vezes de forma diária”, contou o gabinete da Procuradoria dos Estados Unidos em comunicado à imprensa.

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Epstein, de 66 anos, foi preso no sábado, 6, à bordo de seu jato particular no aeroporto de Teterboro, em Nova Jersey. O réu deve comparecer ao Tribunal Federal de Manhattan ainda nesta segunda. Ele foi indiciado por uma acusação de tráfico sexual de menores e outra por conspiração para o tráfico sexual de crianças.

Amizade com Trump

Jeffrey Epstein é uma figura influente entre a classe política mundial, tendo conexões com figuras como o atual presidente, Donald Trump, o ex-presidente Bill Clinton e até mesmo o príncipe Andrew, segundo filho da rainha britânica Elizabeth II.

“Eu conheço o Jeff há quinze anos. Ele é um cara incrível”, disse Trump em entrevista à revista New York em 2002. “Ele é muito divertido. Até dizem por aí que ele gosta de lindas mulheres, tanto quanto eu, e que muitas delas estão no espectro mais jovem. Não tenho dúvidas de que Jeffrey curte sua vida social”, completou o líder republicano.

O advogado David Boies, representante de três mulheres que denunciaram publicamente os abusos de Epstein, comemorou as novas acusações contra o empresário.

“Essas acusações são importantes em dois níveis: primeiro e mais importante, é um passo em direção à justiça para muitas vítimas da rede de tráfico sexual de Epstein. Segundo, é importante porque corrige algo que deveria ter acontecido há 10 anos. O Departamento de Justiça está fazendo o que pode para corrigir as coisas”, explicou Boies, em referência à pena branda no processo de 2008.

À época, além da prisão em regime semiaberto, Epstein se registrou como um criminoso sexual e pagou indenizações às vítimas identificadas pelo Departamento Federal de Investigação (FBI).

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O procurador do caso de 2008, Alexander Acosta, foi duramente criticado por sua postura diante das acusações de pedofilia. Atualmente, Acosta é secretário do Trabalho do governo Trump.

Na ocasião, uma reportagem do jornal Miami Herald afirmou que o então procurador cedeu à Epstein “o acordo de sua vida” apesar da investigação federal que identificava 36 vítimas dos abusos sexuais do empresário.

O acordo, segundo o Herald, “silenciava as provas do FBI” e garantia imunidade “a qualquer potencial cúmplice” dos crimes. O atual procurador federal de Manhattan, Geoffrey Berman, disse que, agora, as vozes das testemunhas devem ser ouvidas.

“Apesar da conduta indiciada ter acontecido há alguns anos, as vítimas – então crianças e agora jovens mulheres – não perderam seu direito de ter a oportunidade de um julgamento”, disse Berman em nota à CNN.

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