Berlusconi vai a tribunal pela primeira vez desde a renúncia
O ex-premiê italiano tem três processos ainda pendentes na corte de Milão
Pela primeira vez após apresentar sua renúncia, o ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi compareceu nesta terça-feira ao Tribunal de Milão, em um dos três julgamentos que enfrenta na Justiça italiana. Empresário dono de diversos meios de comunicação, Berlusconi assistiu a uma audiência do caso Mediaset, conglomerado audiovisual fundado pelo italiano. Ele é julgado por suposta fraude fiscal.
O ex-primeiro-ministro não falou com a imprensa e, de acordo com jornalistas italianos, se limitou a saudar duas seguidoras que manifestavam apoio a ele no tribunal antes de entrar rapidamente na sala para acompanhar o desenvolvimento da audiência.
O Tribunal de Milão julga a compra e venda dos direitos de transmissão de filmes americanos por parte da Mediaset, sob a suspeita de superfaturamento do preço real dos direitos, desvio de dinheiro para contas no exterior e sonegação de impostos. Durante a audiência desta terça, foram declarados prescritos o crime de lavagem de capital supostamente cometido em 1994 pelo banqueiro Paolo del Bue e o britânico David Mills, o ex-advogado de Berlusconi.
O julgamento Mediaset foi retomado em 28 de fevereiro, após meses suspenso à espera do pronunciamento da Corte Constitucional da Itália sobre o último escudo judicial de Berlusconi como chefe de governo, a chamada lei do “legítimo impedimento”, que acabou parcialmente invalidada.
Como Berlusconi deixou de fazer parte do governo italiano e já tinha perdido a imunidade parlamentar, não poderá se beneficiar do “legítimo impedimento” para se ausentar das audiências. Figura ao mesmo tempo mais presente e controversa da política italiana nas últimas décadas, ele alegava compromissos de sua agenda como primeiro-ministro para não comparecer ao tribunal
Além do caso Mediaset, Berlusconi enfrenta outros dois processos na corte milanesa, o do caso Mills, por suspeita de corrupção em ato judicial, e o do caso Ruby, no qual responde por abuso de poder e incitação à prostituição de menores.
(Com agência EFE)