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Berlusconi é acusado de comandar rede de prostituição

Promotor diz que festas do 'bunga bunga' eram na verdade 'um sistema de prostituição complexo'. Pena de até 15 anos será pedida na sexta-feira

Por Da Redação
5 mar 2013, 05h42

O Ministério Público de Milão, na Itália, denunciou nesta segunda-feira a existência de “um esquema de prostituição” nas festas realizadas pelo ex-premiê Silvio Berlusconi em sua mansão – Berlusconi sempre negou essa acusação, dizendo que promovia apenas jantares elegantes. Em suas alegações finais no processo, o promotor Antonio Sangermano disse que as festas tinham, além do jantar, números de uma dança erótica apelidada de “bunga bunga”, seguidos de sexo entre mulheres aspirantes a apresentadoras de TV e convidados de Berlusconi, acusado de prostituição de menores e abuso de poder no caso “Rubygate”.

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“Não era prostituição de rua, mas um sistema muito mais sofisticado, que nem por isso era menos prejudicial à dignidade da mulher”, declarou o procurador Sangermano. Segundo ele, os amigos de Berlusconi, réus em outro processo, montaram “um sistema de prostituição complexo” no qual a marroquina Karima El Mahroug, conhecida como “Ruby” e pivô do escândalo, era “parte integrante”.

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Ironia – Silvio Berlusconi reagiu com ironia e desmentiu, em comunicado publicado à noite, a versão do procurador. “No que me diz respeito, eu tive a chance, e talvez o mérito, de não ser obrigado a remunerar uma senhora ou uma dama para ter relações íntimas”, afirmou Il Cavaliere, que se disse “um pouco estupefato e um pouco entretido” com a acusação. “Hoje nós nos confrontamos com um processo midiático e não judicial, uma reconstrução dos eventos altamente parcial”, criticou o advogado de Berlusconi, Niccolo Ghedini.

Neste processo, iniciado em abril de 2011, Berlusconi é acusado de ter remunerado em 2010 uma dezena de serviços sexuais da marroquina Karima El Mahroug, apelidada de “Ruby rouba corações” e menor de idade na época. O ex-primeiro-ministro pode ser condenado a até três anos de prisão por prostituição de menores e a doze anos por abuso de poder, porque também é acusado de ter pressionado a chefia de polícia de Milão para liberar “Ruby”, interpelada por um roubo em maio de 2010.

Telefone – A acusação contra Berlusconi no caso “Rubygate” veio à tona depois que, na noite de 27 para 28 de maio de 2010, o então primeiro-ministro telefonou pessoalmente à polícia de Milão para garantir que Karima era “sobrinha” do então presidente egípcio Hosni Mubarak e deveria ser liberada e entregue à então conselheira da Lombardia Nicole Minetti. O promotor explicou que tanto Minetti, “que vendia seu corpo para Berlusconi”, como a representante de famosos Lele Mora e o apresentador de televisão Emilio Fede faziam parte da complexa rede de prostituição.

Nesta segunda, a situação do ex-premiê ficou ainda mais delicada depois que Annamaria Fiorillo, magistrada que estava de plantão no tribunal de menores na madrugada de 27 para 28 de maio, contestou a defesa de Silvio Berlusconi. Ela afirmou ter insistido para que a jovem fosse transferida para um abrigo e não entregue aos cuidados da conselheira regional da Lombardia, Nicole Minetti, uma pessoa próxima de Berlusconi.

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“Eu sempre mantive firmemente minha posição, que era a de que a jovem fosse transferida para um abrigo comunitário porque eu suspeitava de prostituição”, declarou Fiorillo. A magistrada contou ter recebido quatro ligações telefônicas durante a noite procedentes da chefia de polícia.

O último telefonema procedeu da comissária Giorgia Iafrate, que lhe disse não haver mais lugar no centro de acolhida onde Ruby poderia ter sido hospedada e que “uma conselheira ministerial, uma certa Minetti, tinha se apresentado para se encarregar da menor”, contou Fiorillo.

A comissária acrescentou que Nicole Minetti tinha se apresentado porque Ruby “era a sobrinha de Hosni Mubarak”, uma versão confirmada por Silvio Berlusconi, que assegurou ter agido junto à polícia para evitar um problema diplomático com o Egito, afirmou a magistrada. “Eu respondi a ele que, tendo dito que era marroquina, ela poderia, no máximo, ser filha do rei do Marrocos”, contestou a magistrada.

Na próxima sexta, a promotoria italiana deve formalizar qual pena pede caso Berlusconi seja considerado culpado. A novala, porém, não está próxima de acabar. Mesmo com uma sentença desfavorável, Silvio Berlusconi ainda poderá apelar duas vezes antes de ser condenado, conforme prevê a legislação italiana. Berlusconi tem problemas com a Justiça, desde 1993, mas nunca foi condenado definitivamente em nenhum dos processos.

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(Com agências Reuters e France-Presse)

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