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Banco lava dinheiro do narcotráfico que financia Hezbollah

Traficante Ayman Joumaa, peça central do esquema, foi indiciado nos EUA

Por Da Redação
14 dez 2011, 18h43

O governo dos Estados Unidos acusa o grupo terrorista libanês Hezbollah de usar uma vasta rede de tráfico de drogas que inclui América Latina, Estados Unidos e Europa para financiar suas atividades. Reportagem publicada nesta quarta-feira no New York Times afirma que o esquema começa com cartéis colombianos e mexicanos, passa pela venda de cocaína a consumidores americanos e europeus, e termina no Banco Libanês Canadense, de Beirute, que lava o dinheiro utilizado pelo Hezbollah para custear suas operações.

De acordo com o jornal americano, agentes que participaram das investigações disseram que o grupo terrorista utiliza as mesmas táticas de uma máfia. Na última terça-feira, promotores do estado americano de Virgínia indiciaram o traficante libanês Ayman Joumaa, considerado a peça central do esquema, que teria negociado mais de 85 toneladas de cocaína na Colômbia e também com o cartel Los Zetas, considerado o segundo mais poderoso do México.

Segundo os investigadores, Joumaa também providenciava a lavagem do dinheiro arrecadado com a venda das drogas e não possui ligações ideológicas com o Hezbollah. “É só um negócio”, disse um dos agentes envolvidos no caso. A ponta do esquema era uma casa de câmbio que depositava o dinheiro ilegal em uma agência do Banco Libanês-Canadense.

Origem – Analistas de inteligência americanos acreditam que o Hezbollah chegou a receber no passado cerca de 200 milhões de dólares (374 milhões de reais) anualmente do Irã e da Síria, com cujos regimes têm afinidade. Mas os recursos diminuíram devido às sanções impostas ao Irã, por seu controvertido programa nuclear, e à Síria, pela repressão do governo de Bashar Assad aos protestos pró-democracia. Diante do financiamento menor, o grupo decidiu se custear por meio de atividades criminosas.

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O esquema de narcotráfico teria rendido somas enormes de dinheiro. Em apenas uma operação, teriam sido arrecadados 240 milhões de dólares por meio da venda fraudulenta de um terreno na região de Chouf, no Líbano, às margens do Mar Mediterrâneo. Mais de 200 contas foram abertas para movimentar o dinheiro de operações que incluíam do tráfico de diamantes na África à venda de cosméticos e de frango congelado, por empresas de fachada controladas pelo Hezbollah.

Além do Líbano, Ayman Joumaa teria ligações com negociantes no Panamá, Colômbia, Venezuela, Benin e República Democrática do Congo. Ele usava duas rotas principais para comercializar a cocaína colombiana: do México para os Estados Unidos e do norte da África para a Europa e Oriente Médio. Ao ser procurado pelo governo dos Estados Unidos, o Banco Libanês Canadense negou participar do esquema no último mês de fevereiro. Após a denúncia, porém, o Banco Central libanês informou que uma subsidiária do banco suíço Societé Generale iria comprar a instituição, que possui mais de cinco bilhões de dólares em ativos.

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