Ban Ki-moon chega a Israel para retomar processo de paz
Ele viaja à região dias depois de um fracasso da última tentativa de negociação
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, inicia na quarta-feira uma visita de dois dias a Israel e aos territórios palestinos para tentar convencer as partes a retomarem o processo de paz, interrompido desde setembro de 2010, informou nesta terça-feira a organização multilateral.
Entenda o caso
- • Diante do fracasso do acordo de paz com Israel, a Autoridade Nacional Palestina decidiu propor à Assembleia Geral da ONU votação a favor da criação de um estado palestino nas fronteiras antes de 1967, tendo Jerusalém Oriental como capital.
- • As negociações de paz entre israelenses e palestinos chegaram a ensaiar um retorno, por intermédio dos Estados Unidos, que defendem que só é possível criar um estado palestino realmente significativo a partir da retomada do diálogo – empacado diante da recusa israelense de parar assentamentos judeus em territórios palestinos ocupados.
Ban, que viaja à região dias depois do fracasso da última iniciativa do Quarteto do Oriente Médio, se reunirá com os dirigentes palestinos e israelenses em uma tentativa para melhorar a situação e aproximar os dois lados, que se acusam mutuamente de não terem feito um acordo.
Entrevista: ‘Criação de estado palestino deve ser o fim, não o começo’
O secretário-geral da ONU chegará nesta quarta de helicóptero a Jerusalém, vindo de Amã, e se reunirá com o presidente israelense, Shimon Peres, e com o ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, antes de almoçar com o chefe de governo, Benjamin Netanyahu, segundo fontes oficiais israelenses e da ONU. Depois, irá a Ramala para se encontrar com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
Na quinta-feira, se reunirá com a equipe da ONU, fará uma breve visita à Faixa de Gaza e se encontrará em Tel Aviv com o titular de Defesa israelense, Ehud Barak, e a chefe da oposição, Tzipi Livni. Na semana passada, terminaram sem sucesso os encontros diretos entre palestinos e israelenses mediados pela Jordânia para criar propostas claras sobre segurança e fronteiras antes de as negociações reiniciarem.
Infográfico: Entenda a guerra por territórios entre israelenses e palestinos
Divergências – Os palestinos se negam a dialogar enquanto Israel continuar ampliando as colônias judaicas em território ocupado. Porém, os israelenses consideram que o destino dos assentamentos deve ser decidido por meio de negociações e sem exigência de condição prévia.
O Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) acusou Israel na segunda de ser “o único responsável” pelo fracasso dos contatos de Amã, por sua insistência em continuar com as atividades nos assentamentos e por rejeitar a solução de dois estados.
(Com agência EFE)