Genebra, 12 abr (EFE).- O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, manifestou nesta quinta-feira em Genebra que a situação na Síria ‘parece mais tranquila’ depois que terminou nesta manhã o prazo dado para o fim das hostilidades entre as partes envolvidas no conflito.
‘Neste momento, a situação parece mais tranquila. Estamos acompanhando muito de perto’, disse Ban em entrevista coletiva após encontrar na sede europeia da ONU com seu enviado especial e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan.
Ban pediu um pouco de paciência antes de dar por fracassado o fim dos combates, depois que as forças de oposição informaram sobre a morte de várias pessoas por disparos das forças militares e de segurança.
‘Espero que o cessar-fogo continue se sustentando. Apenas hoje a luta se deteve’, disse Ban.
O secretário-geral da ONU lançou uma mensagem ao presidente sírio, Bashar al Assad, na qual pediu que ele ‘mantenha sua promessa e exercite uma contenção máxima’ neste momento.
‘Este cessar-fogo é muito frágil e pode romper em qualquer momento. Se houver outro disparo, por menor que seja, as partes terão o pretexto de voltar aos combates. É importante que todos os amigos (da Síria) e atores da comunidade internacional interfiram para manter as promessas de cessar-fogo’, disse.
Perguntado sobre a existência de um ‘plano B’ caso o cessar-fogo fracasse, Ban insistiu em sua esperança de que ‘com a ajuda da comunidade internacional e o sólido compromisso dos dirigentes da Síria e das forças da oposição, sejam cumpridas suas promessas, os combates sejam detidos e a negociação política prossiga’.
O secretário-geral das Nações Unidas disse entender o ceticismo em torno da permanência da pausa nas hostilidades, porque ‘houve muitas promessas fracas por parte do Governo sírio’, e pediu a Damasco que ‘demonstre com atos o que expressa com palavras’.
Na sua opinião, este é o momento para propiciar ‘uma mudança fundamental de curso’ na Síria.
‘Foram perdidas muitas vidas e é o momento de terminar com a violência’, acrescentou Ban, que reconheceu a dificuldade para conhecer com exatidão a situação no terreno à revelia de observadores da ONU, algo no qual está trabalhando neste momento.
O envio de uma missão de supervisão e acompanhamento do cessar-fogo dependerá de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, ao qual Ban pediu uma ação unânime, porque um aumento da militarização do conflito não é a solução.
‘Com um mandato do Conselho de Segurança, podemos enviar com muita rapidez uma força de manutenção da paz’, argumentou o secretário-geral, que informou que o general norueguês Robert Mood voltará em breve a Damasco liderando uma equipe técnica da ONU para preparar o eventual desdobramento de uma missão.
Ban também fez referência ao problema dos refugiados e ao milhão de pessoas que precisam de ajuda humanitária, e defendeu que uma vez seja consolidado um processo de pacificação no país, será considerada a possibilidade de levar à justiça os responsáveis por violações dos direitos humanos. EFE