Nações Unidas, 7 jun (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou nesta quinta-feira que o risco de uma guerra civil na Síria é ‘iminente e real’, e afirmou que o governo de Bashar al Assad ‘perdeu toda a legitimidade’.
‘Os riscos de uma guerra civil em grande escala são iminentes e reais, por isso peço ao presidente Assad que cumpra de maneira urgente e incondicional os pontos do plano de paz (do enviado especial da organização, Kofi Annan)’, disse Ban à Assembleia Geral das Nações Unidas.
O diplomata também pediu que o governo sírio deixe os observadores da ONU trabalharem livremente e confirmou que um veículo da missão sofreu um disparo quando se dirigia para a cidade de Morek após ser impedido de entrar em Al Qubeir, cenário nesta quarta-feira de um novo massacre.
O principal responsável da ONU condenou o ‘perturbador e repugnante’ massacre perpetrado em Al Qubeir, que classificou como uma ‘barbárie indescritível’, e assegurou que ‘qualquer regime ou líder que tolera tal ato perdeu sua humanidade’.
Ban disse que Assad e seu governo ‘perderam toda legitimidade’ e defendeu que o plano do enviado especial para a Síria, Kofi Annan, continua sendo ‘a peça central’ dos esforços internacionais para acabar com o conflito sírio.
Apesar da situação, Ban disse que gostaria de ver ‘novas conversas internacionais’ para buscar soluções para a crise síria, cuja evolução ‘ninguém é capaz de prever, por isso devemos estar preparados para qualquer eventualidade’.
Kofi Annan, por sua parte, também condenou ‘com horror’ o massacre e disse que seus responsáveis devem ‘prestar contas’, ao mesmo tempo em que afirmou que a comunidade internacional deve atuar para que a morte em masse de civis não se torne algo corriqueiro na Síria.
‘Devo de ser franco e confirmar que o plano de paz não está sendo cumprido, disse Annan, que criticou Assad por não mudar sua tática na condução do conflito: ‘a primeira responsabilidade para cessar a violência é do governo’.
O enviado especial e o secretário-geral irão comparecer hoje no Conselho de Segurança da ONU para apresentar suas novas propostas para revitalizar o plano de paz para a Síria. EFE