Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Autoridades confirmam necropsia no corpo de Kadhafi, que será entregue à família

Por -
23 out 2011, 11h45

O corpo do ex-dirigente líbio Muamar Kadhafi, morto na quinta-feira em Sirte, em circunstâncias ainda confusas, foi submetido a uma necropsia neste domingo, anunciou Fathi Bashaga, porta-voz do Conselho Militar de Misrata.

“A necropsia foi realizada esta manhã. Não estava previsto. Mas Trípoli pediu e quisemos fazer as coisas corretamente”, declarou Bashaga à AFP.

“A autópsia foi concluída, mas o relatório ainda não foi informado por escrito, por isso ainda não foi informado sobre a causa da morte”, acrescentou.

Segundo vazamentos, os legistas teriam determinado que um disparo matou Kadhafi quando ele tentava fugir na quinta-feira de sua cidade natal de Sirte.

Uma necropsia também foi realizada no sábado no o corpo de Muatassim Kadhafi, um dos filhos do ex-líder, capturado junto ao pai.

Continua após a publicidade

Segundo um jornalista da AFP presente no local, era possível identificar pontos cirúrgicos no corpo de Muatassim, mas não sinais de ter sido submetido a uma necropsia.

A captura e morte de Kadhafi têm sido alvo de questionamentos, mas o Conselho Nacional de Transição (CNT) nega as suspeitas de que ele teria sido executado e assegura que ele foi vítima do fogo cruzado com as forças líbias.

Anteriormente, as novas autoridades líbias anunciaram que entregarão o corpo de Kadhafi a seus parentes no local de seu enterro.

“Foi tomada a decisão de entregá-lo aos parentes, já que nenhum membro de sua família próxima está presente neste momento”, informou Ahmed Jibril, conselheiro do CNT.

Continua após a publicidade

“O CNT está em consulta com a família Kadhafi. Depende da família decidir onde Kadhafi vai ser enterrado”, acrescentou.

Jibril, que é conselheiro do novo regime interino do premiê Mahmud Jibril, não quis revelar quando a transferência será realizada.

Desde quinta-feira Kadhafi teve seu corpo exposto num frigorífico do mercado de Misrata, onde atraiu multidões com uma disposição mórbida de ver seu ex-líder morto.

Um jornal revelou neste domingo que mercenários sul-africanos foram recrutados para ajudar Kadhafi a fugir de Sirte, mas o plano falhou quando seu comboio foi atacado.

Continua após a publicidade

Cerca de 20 mercenários deviam acompanhar Kadhafi até o Níger, segundo o jornal Rapport, que assegura ter conversado com um deles.

Esse mercenário se chamaria Deon Odendaal, que, segundo Rapport, conseguiu fugir e se encontra atualmente internado num hospital do norte da África. Odendaal classificou a tentativa de tirar Kadhafi de Sirte de “fracasso total”.

Quando o comboio foi atacado por aviões da Otan, Kadhafi e alguns de seus guardas se esconderam em tubulações próximas, enquanto que os mercenários fugiam em todas as direções, segundo seu relato.

“Foi algo horrível, horrível”, recordou.

Continua após a publicidade

Sobre os últimos momentos de Kadhafi, depois de ser encontrado na tubulação, contou: “Ele gritava como um porco”.

Apesar de ao menos dois sul-africanos terem sido mortos na operação, asseguro que a maioria de seus companheiros conseguir se salvar porque os soldados líbios afirmaram que não podiam disparar contra estrangeiros. E, inclusive, os ajudaram a fugir.

O ministério sul-africano das Relações Exteriores não quis comentar estas informações.

“São rumores”, limitou-se a comentar o porta-voz Clayson Monyela. “Além disso, os mercenários não teriam utilizado canais oficiais, de forma que não temos como verificar essas alegações de maneira independente”, completou.

Continua após a publicidade

No aspecto política, as novas autoridades líbias vão proclamar neste domingo a “libertação total” do país, abrindo caminho para a formação de um governo encarregado de administrar a transição.

O anúncio será feito em Benghazi, antiga capital da rebelião iniciada em fevereiro.

O CNT esperava a tomada de Sirte, último reduto pró-Khadafi, para declarar a libertação total do país, condição sine qua non para o início das negociações para formar um governo de transição.

Segundo o mapa do caminho publicado em setembro, o CNT prevê a formação de um governo de transição um mês depois, no máximo, do anúncio da libertação.

O governo prevê organizar em oito meses a eleição de uma Assembleia Nacional que designará um comitê encarregado de redigir uma nova Constituição, e organizará eleições num prazo máximo de um ano.

As múltiplas disputas dentro do CNT podem complicar as negociações para formar um novo governo. No grupo convivem liberais e islamitas, com tensões regionais, rivalidades tribais, ambições individuais e pelo controle do petróleo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.